Outubro Rosa: perguntas e respostas sobre o câncer de mama
Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre o câncer que mais atinge as mulheres!
Outubro Rosa é o mês dedicado à prevenção e conscientização sobre o câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil e, apenas em 2019, foram registrados 59 mil novos casos da doença.
O acesso à informação e diagnóstico precoce são as principais maneiras de combatê-lo, reforçando a importância das campanhas que começam agora. Pensando nisso, os oncologistas Daniel Gimenes e Michelle Samora, do Centro Paulista de Oncologia (CPO), responderam as principais dúvidas sobre o assunto e esclareceram tudo para você se prevenir e se cuidar melhor. Confira!
Tudo que você precisa saber no Outubro Rosa
Qual é a causa do câncer de mama?
Segundo o INCA, não existe uma única causa para o desenvolvimento da doença. Diversos são os fatores associados ao risco de câncer de mama, entre eles a idade, menstruação precoce, menopausa tardia, não-amamentação, primeiro filho em idade avançada, uso de terapia de reposição hormonal e outros.
Que fatores favorecem o surgimento da doença?
O principal fator que aumenta as chances de câncer de mama é o histórico familiar. Quando a mulher tem uma irmã, filha ou mãe com a enfermidade, as possibilidades de desenvolver o problema aumentam em até 80%. Outros fatores associados são obesidade e uso de métodos contraceptivos hormonais, embora os riscos sejam considerados baixos no último caso.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, gravidez e pancadas nos seios não estão relacionadas ao aparecimento do câncer de mama.
Quais são os sintomas?
Inicialmente, a doença é assintomática e só pode ser identificada por meio de exames. Em estágios um pouco mais avançados, a principal manifestação é a presença de nódulos nos seios. Outros sinais para se atentar são pele local avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; dor ou inversão do mamilo; alterações no bico do peito; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída de líquido anormal das mamas.
É possível notar algo ao tocar os seios?
Sim! A orientação dada pelos especialistas é que a mulher faça o autoexame das mamas sempre que se sentir confortável. É importante lembrar que o toque não substitui o exame regular realizado pelo médico nem a mamografia.
A imagem abaixo demonstra, resumidamente, o passo a passo de como a autopalpação deve ser feita. Aproveite este Outubro Rosa para investir mais no autocuidado e conhecer melhor o seu corpo!
É possível prevenir a doença?
Devido à multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento do câncer de mama, a prevenção da doença não é totalmente possível. Apesar disso, estudos apontam que, ao adotar uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas regulares, é possível reduzir em até 28% os riscos de desenvolver a doença.
Outro fator relacionado à prevenção do câncer é a amamentação. Ao estimular a produção de leite, as células mamárias se multiplicam em menor quantidade. Como consequência, o risco da doença é menor.
Quando procurar um médico?
Assim que notar um dos sinais citados. "A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a detecção precoce dessa doença", alertam os profissionais.
Quando a mulher deve fazer a mamografia?
Segundo informações da Clínica da Mama, o exame preventivo deve ser feito a partir dos 40 anos, com intervalos de 1 a 2 anos. Mulheres com histórico da doença na família devem iniciar a realização da mamografia 10 anos antes à idade que a parente tinha ao identificar o tumor.
O uso de próteses de silicone está relacionado ao câncer de mama?
Não existem evidências científicas que comprovem uma associação entre a doença e os implantes mamários. Além disso, não há nenhuma comprovação de que o silicone dificulte a identificação do câncer. Sendo assim, a única influência que a prótese pode causar é durante a realização da mamografia, devido à necessidade de se fazer mais imagens no exame.
Como funciona o tratamento?
De maneira geral, o tratamento inclui a participação de diversos especialistas, como mastologista, oncologista, psicólogo e fisioterapeuta. Habitualmente, exige a realização de cirurgia e é complementado pela radioterapia e quimioterapia ou hormonioterapia.
Quais são as chances de cura?
De acordo com os oncologistas, o câncer de mama tem até 95% de chances de cura se diagnosticado precocemente. Daí a importância de estar sempre atenta aos sinais e realizar o autoexame regularmente.
Como funciona a reconstrução da mama?
A reconstrução mamária pode ser feita em pacientes que passaram pela mastectomia (remoção total ou parcial de uma ou das duas mamas). Sua função é repor a forma de uma nova mama ou melhorá-la, incluindo mamilo e aréola, de maneira a ajudar na recuperação emocional e no bem-estar das pacientes. Pode ser realizada apenas em casos em que não há contraindicações, para isso, um médico deverá ser consultado.
Vale lembrar que diversas iniciativas do Outubro Rosa oferecem a operação ou o procedimento de micropigmentação das aréolas de forma gratuita.
Homens também podem ter câncer de mama?
Sim. Assim como as mulheres, os homens também apresentam glândulas mamárias. Apesar da baixa incidência, o câncer de mama masculino é uma realidade e possui um alto percentual de mortalidade. Isso porque o diagnóstico costuma ser tardio, tendo em vista que eles não costumam realizar a mamografia anualmente.
Agora que você já sabe tudo sobre o câncer de mama, você pode apoiar a campanha do Outubro Rosa compartilhando informações, realizando o autoexame e incentivando amigas e parentes a fazerem o mesmo. A conscientização e a união entre as mulheres é o nosso principal instrumento nessa luta! Vamos juntas?