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 Foto:   Foto: Martim Szmick/Divulgação/Acervo dos Palácios

Palácio Dos Bandeirantes recebe exposição gratuita com obras de Tarsila e Anita Malfatti

"São Paulo: Povo, Terra e Trabalho” reúne 100 obras que contam a história da capital paulista

Imagem: Foto: Martim Szmick/Divulgação/Acervo dos Palácios
  • Conteúdo Patrocinado por Governo de São Paulo
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1 jul 2024 - 10h49
Foto: Foto: Martim Szmick/Divulgação/Acervo dos Palácios

O Governo do Estado de São Paulo inaugurou recentemente a exposição "São Paulo: Povo, Terra e Trabalho", que acontece no Hall Nobre do Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista. 

Com entrada gratuita e sem filas, já que a visitação deve ser previamente agendada, a exposição reúne 100 obras, dentre elas algumas icônicas do Modernismo Brasileiro, como o quadro "Operários" (1933) de Tarsila do Amaral, "A Ventania" (1916) de Anita Malfatti e pinturas contemporâneas, como o "Casal Brasileiro" (2000), de Alex Flemming.

Sob a curadoria de Rachel Vallego, a exposição tem como ponto de partida a obra de Tarsila que aborda a indústria e os trabalhadores, elementos historicamente presentes em São Paulo: "Busquei identificar obras que se relacionassem com essas questões, colocando a seguinte pergunta: como o acervo revela e reflete os processos de urbanização e migração?", explica Rachel ao contar sobre o processo de escolha das obras que iriam compor a exposição. 

Dividida em 3 pilares que expressam parte da alma paulista - o povo, a terra e o trabalho - a exposição reúne obras representativas que estão organizadas para fazer com que o público embarque na história da construção das raízes de São Paulo.   

O Povo

Este pilar da exposição está representado pela obra "Casal Brasileiro" (2000) de Alex Flemming, que cria uma ilusão de ótica pelo uso das cores e contrastes, fazendo com que seja preciso mudar o ponto de observação para que as figuras da obra sejam vistas com nitidez. Segundo a curadora Rachel, assim é também a constituição da população brasileira, que é composta por diferentes povos e precisa ser vista sob diversos ângulos. 

Foto: Foto: Martim Szmick/Divulgação/Acervo dos Palácios

Em "Casal Brasileiro" Flemming dispõe um homem e uma mulher lado a lado em um díptico, ora revelados por seus traços étnicos e fisionômicos, ora anônimos e protegidos pelo ângulo de incidência de luz. Além disso, no ângulo frontal, o casal é retratado com as cores verde e amarela, mais um elemento que nos remete à identidade do povo brasileiro.

"São Paulo sempre foi um polo migratório, recebendo ainda hoje pessoas de todos os lugares em busca de melhores oportunidades de vida e trabalho". completa a curadora do acervo do Palácio dos Bandeirantes.

A Terra

O segundo pilar da exposição traz o destaque do artista Antônio Henrique Amaral, sobrinho neto de Tarsila do Amaral, com a obra vencedora do concurso "Painel Bandeirantes", em 1989. O quadro se chama "São Paulo - Brasil: criação, expansão e desenvolvimento" e tem influências do tropicalismo e da geometria, elementos bem característicos na fase Pau-Brasil de Tarsila, sua tia-avó. Nesta belíssima obra, Antônio Henrique retratou a história do estado e do Brasil desde a chegada dos portugueses, sua entrada pelos sertões, e os ciclos econômicos do ouro, cana-de-açúcar e do café, chegando até a formação dos centros urbanos da atualidade.

Foto: Martim Szmick/Divulgação/Acervo dos Palácios

"No Hall Nobre, o painel de Antônio Henrique Amaral está ladeado por duas obras de Clóvis Graciano, que representam a semeadura e a colheita do algodão, relembrando-nos que é da força do campo que vem nosso sustento. Nesse ambiente outras duas paredes foram reservadas para receber os artistas convidados Helô Sanvoy e Aislan Pankararu. Abrimos este espaço para que as novas gerações possam se fazer presentes, pois precisamos ouvir suas vozes, ver com seus olhos e contar suas histórias", conta Rachel.

Nesta vertente, também se destacam as obras de Clóvis Graciano, que traz consigo influências do Muralismo, movimento de grande expressão no México, além de referências como a obra de Candido Portinari, ao dar o posto de protagonista para o trabalhador em suas criações. Na obra "Colheita" (1959), por exemplo, Graciano enfatiza o movimento dos braços dos trabalhadores no momento da colheita do algodão, retratando a matéria-prima fundamental de um dos momentos mais marcantes da industrialização paulista, o desenvolvimento do polo têxtil.

O Trabalho

Artistas contemporâneos como Helô Sanvoy e Ailsan Pankararu dialogam com a marcante obra modernista de Tarsila do Amaral e, juntos, esses artistas compõem o pilar que deu origem à exposição de arte.

Foto: Divulgação/Acervo dos Palácios

A obra de Helô Sanvoy nasce da pesquisa sobre os ciclos econômicos brasileiros, com início na extração do pau-brasil. A peça, intitulada "EIRO/A", faz referência ao termo brasileiro que, antes de ser o adjetivo que identifica a nação, era o nome dado ao trabalhador que retirava a madeira das matas. "O sufixo EIRO/A em português denomina atividades de trabalho como costureiro, borracheiro, cozinheira, engenheira.” comenta Rachel.

Construído com lascas e tintura de pau-brasil no centro da tela, 'EIRO/A' convoca as mais diversas profissões numa construção triangular espelhada, mostrando uma “pirâmide social” em forma de ampulheta.

Também ilustrando o Trabalho, a exposição conta peças do artista plástico indígena Aislan Pankararu que traz os grafismos e pinturas corporais tradicionais do povo Pankararu, grupo indígena brasileiro presente às margens do Rio São Francisco, nos municípios de Tacaratu e Petrolândia, no estado de Pernambuco, que migrou para São Paulo em busca de trabalho nas décadas de 1940 e 1950. Chegando no sudeste a partir dessas ondas migratórias, encontraram emprego na construção civil, participando de projetos como o Parque do Ibirapuera, o Estádio do Morumbi e o próprio Palácio dos Bandeirantes.

São Paulo e a arte

Com uma população formada por pessoas de diferentes nacionalidades, o Estado de São Paulo une diferentes costumes e culturas. Absolutamente diverso, São Paulo é gerador de tendências, resultado do seu passado histórico. Entre os séculos XIX e XX passou por um intenso movimento de imigração. Naquela época, o estado de São Paulo era o mais importante exportador de café, atraindo pessoas em busca de trabalho. 

A forte modernização aliada aos novos conhecimentos culturais trouxe um momento artístico e cultural único. Artistas brasileiros, como a pintora Anita Malfati e o escritor Oswald de Andrade, deram início à Semana de Arte Moderna de 1922, que foi um encontro de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos, no Theatro Municipal. O objetivo dos participantes era expor obras de arte que expressassem o sentimento de inovação adaptado ao estilo nacional. 

Por meio das peças expostas em "São Paulo: Povo, Terra e Trabalho" é possível relembrar um pouco da história do Estado, apreciando obras de alguns desses grandes artistas. 

Foto: Foto: Monica Andrade/Governo do Estado de SP

Visitação gratuita agendada

A exposição de arte "São Paulo: Povo, Terra e Trabalho" também comemora os 59 anos da fundação do Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo desde 1965.

O Palácio concentra as funções administrativas da gestão do estado, é a residência oficial do governador e um museu aberto à visitação, desde 1977.

A exposição é aberta de segunda à sexta, das 10h às 16h, e aos sábados com dois horários disponíveis, às 10h e às 14h. As visitas devem ser previamente agendadas, exclusivamente pelo email: monitoria@sp.gov.br.

"São Paulo: Povo, Terra e Trabalho"

Local: Palácio dos Bandeirantes

Endereço: Av. Morumbi 4500 - Portão 2

Horários: Segunda-feira à sexta-feira das 10h às 16h; Sábados às 10h ou às 14h, somente para grupos acima de 10 pessoas

Agendamento: monitoria@sp.gov.br.

Fonte: FF Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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