Ovo no pote, delivery e cursos online impulsionam a Páscoa
Pandemia do coronavírus está exigindo muita criatividade dos empreendedores
A Páscoa neste ano vai ser diferente. A maioria das pessoas, muito provavelmente, ainda estará em quarentena por causa da pandemia do coronavírus. No entanto, isso não quer dizer que não terá consumo de chocolate, tanto que tem muita gente exercitando a criatividade para se virar no período de crise.
Você já ouviu falar em ovo no pote? Essa é a aposta da paulista Nathália Fagian para ajudar no orçamento da casa. “A ideia surgiu neste ano após eu ganhar neném e ficar desempregada. É uma coisa que, além de dar menos trabalho, é diferente, você pode escolher o sabor e ainda provar em casa”, contou em entrevista ao Terra.
Fagian revelou que já tinha experiência em fazer doces para as festas de aniversários das filhas, mas que reforçou o conhecimento asistindo alguns vídeos na internet para aprimorar algumas técnicas. Com preço entre R$ 6 e R$ 22, ela já conquistou o paladar dos vizinhos do condomínio em Jabaquara, na zona sul de São Paulo. “Por enquanto, eu ainda não tive lucro, mas acho que vai valer a pena. Ovo no pote eu nunca tinha visto, é inovador”, aposta.
Agora, se você quer apostar nos tradicionais ovos caseiros pode ir em frente sem se preocupar com a autenticidade da sua ideia, o importante é o sabor e saber trabalhar o marketing do seu negócio. Essa é a opinião do chef Eduardo Beltrame.
“Produzir ovo de páscoa dá muito dinheiro. Você tem que trabalhar com uma freguesia, trabalhar nas redes sociais, criar alguma parceria de entrega agora com essa crise [pandemia do coronavírus], além de dar a garantia que você está trabalhando nas condições higiênicas adequadas”, explicou o chef.
Beltrame teve que cancelar as suas aulas presenciais, mas reforçou a sua presença no mundo digital. Além de lives nas redes sociais, o chef de Jundiaí viu um crescimento de 30% na procura pelos seus cursos na plataforma eduK. Ele afirmou que os cursos mais procurados são da linha de bombons, trufas, pão de mel e bolo no pote, que as pessoas procuram as aulas para aprender e poder vender.
A produção de ovos caseiros é a aposta de Mirela Hespanhol. “Minha páscoa é ovo. Meu trabalho é muito personalizado, vendo bastante bolo personalizado de páscoa também, mas o coronavírus fez as minhas encomendas caírem muito”, declarou a dona de uma confeitaria no interior de São Paulo.
Para evitar o prejuízo, a jovem empreendedora aposta em um sistema delivery e também em ações de marketing nas redes sociais. “Comecei a divulgar para as pessoas que eu vou até elas, estou tomando todos os cuidados. Também vou investir em marketing, lancei uma campanha nas redes sociais, vou sortear um ovo de páscoa no meu Instagram”, explicou Mirela. Os ovos dela custam, em média, R$ 70 e os mais procurados são os sabores de oreo, nutella e leite ninho.
O delivery também foi a forma encontrada pela Casa do Damasco para continuar com as suas vendas. A marca de chocolates artesanais foi obrigada a fechar as portas da sua loja no Shopping Pátio Paulista, em São Paulo, por causa da quarentena pela epidemia do coronavírus.
“A marca já existe há sete anos, é de uma amiga nossa, mas não tinha loja física. Em novembro fechamos parceria com o intuito de ver se dava certo. É uma produção caseira”, declarou Lucas Santos, que agora pegou o estoque do estabelecimento e espera vender entre amigos para aumentar a propaganda do negócio.
“Até pensamos em fazer acordo com o Rappi e Uber Eats, mas tem burburinho que eles vão ser proibidos de operar também, então oferecemos nos condomínios, estão indicando para familiares aqui perto”, contou Santos.