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Papa Francisco condena terrorismo, guerras e corrupção

26 mar 2016 - 08h31
(atualizado às 09h41)
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O papa Francisco condenou ontem (25), durante oração após a cerimônia da Via Sacra, o fundamentalismo, o terrorismo, as guerras e os corruptos. Ele também denunciou a destruição do meio ambiente, em detrimento das futuras gerações, e os mares que se tornaram “cemitérios insaciáveis”. No Coliseu de Roma, o papa rezou pelos idosos abandonados, pelas pessoas com deficiência e pelas crianças desnutridas.

Como sinal de esperança, Francisco citou as pessoas que sonham “com um coração de criança” e que trabalham para tornar o mundo um lugar melhor, mais humano e mais justo.

Ao longo da tarde de sexta-feira, dezenas de milhares de pessoas entraram no Coliseu, depois de terem passado por fortes controles de segurança. O evento recria o caminho feito por Jesus, ao carregar a cruz desde o Pretório de Pilatos até o Monte Calvário.

Sentado em um trono vermelho, ao lado de uma grande cruz de metal, iluminada com tochas, o papa, de 79 anos, escutou um longo discurso escrito pelo cardeal italiano Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia, no centro da Itália.

Francisco ouviu o discurso do cardeal Bassetti sentado em um trono vermelho, ao lado de uma grande cruz de metal
Francisco ouviu o discurso do cardeal Bassetti sentado em um trono vermelho, ao lado de uma grande cruz de metal
Foto: Agência Brasil

Dois sírios, um russo, um chinês e um centro-africano foram os escolhidos para transportar uma cruz de madeira pela histórica arena, onde morreram milhares de cristãos, durante o Império Romano.

Via Sacra

A Via Sacra compreende 14 estações, cada uma delas apresentando uma cena da Paixão. O título da Via Sacra deste ano foi Deus é misericórdia. No discurso, o cardeal Gualtiero Bassetti afirmou que, diante do medo, da dor, das perseguições e da violência, a misericórdia é o canal da graça de Deus.

O texto sugeriu meditações sobre perseguições e a violência que atingiram a humanidade no passado e a atingem também hoje. Houve ainda referências aos cristãos perseguidos, ao holocausto dos judeus na II Guerra Mundial e ao drama dos migrantes. Tratou também do sofrimento das famílias em crise e do desemprego.

A meditação, que antecedeu a intervenção do papa Francisco, recordou o drama dos judeus mortos nos campos nazistas. “Onde está Deus nos campos de extermínio? Onde está Deus nas minas e nas fábricas onde as crianças trabalham como escravas? Onde está Deus nos barcos improvisados que se afundam no mar?”, questionou o arcebispo de Perugia.

Coleta

Todos os anos, a Congregação para as Igrejas Orientais envia uma carta convocando os fiéis a participarem da Coleta para a Terra Santa, tradicional recolhimento de donativos de Sexta-Feira Santa, dia em que a Igreja celebra a Paixão de Cristo.

Segundo a Congregação, há uma dívida de gratidão com as igrejas do Oriente, porque, além de ser a terra natal de Jesus, com elas foi aprendida a importância do diálogo ecumênico e interreligioso.

O prefeito da Congregação, cardeal Leonardo Sandri, informou que a Igreja Católica exprime, por meio da oração e do ofertório, o alento às comunidades dos fiéis e aos lugares santos, sobretudo ao dramático momento vivido pelo Médio Oriente.

*Com informações da Rádio Vaticano

Agência Brasil Agência Brasil
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