Bobi, o cão mais velho do mundo, completa 31 anos e ganha festa
Título de cachorro mais velho do mundo foi reconhecido pelo Guinness Book em fevereiro deste ano
Bobi, considerado o cachorro mais velho do mundo pelo Guinness Book of Worlds, completou seu 31º aniversário na quinta-feira, 11, e ganhou uma festa de aniversário planejada pela sua família. A comemoração ocorreu neste sábado, 13, em sua casa em Conqueiros, em Leiria, Portugal.
Ao Guinness, o seu dono, Leonel Costa, contou que a festa portuguesa foi “muito tradicional” e mais de 100 pessoas compareceram, conforme divulgado pela CNN.
Costa também relatou que Bobi vem recebendo muita atenção desde que ganhou o título de cachorro mais velho do mundo. “Tivemos muitos jornalistas e pessoas de todo o mundo para tirar uma foto com Bobi”, disse ele.
Ele acrescentou que o cachorro está bem de saúde e recentemente passou por um check-up. “Foram tiradas muitas fotos e ele teve que se levantar e descer várias vezes. Não foi fácil para ele”, contou o tutor do cão sobre as visitas frequentes que o pet recebeu.
História de Bobi
Bobi é um Rafeiro do Alentejo de raça pura, uma raça de cão de guarda de gado com uma esperança média de vida de 12-14 anos, conforme divulgado pelo Guiness em fevereiro, quando o cão foi declarado o mais velho do mundo.
O cão português quebrou um recorde de quase um século; o cão mais velho de todos os tempos, Bluey (1910-1939), era um cão pastor australiano que viveu até os 29 anos e 5 meses de idade.
Em 1992, Bobi foi inscrito no Serviço Médico-Veterinário do Município de Leiria, que confirmou a sua data de nascimento. A idade de Bobi também foi verificada pelo SIAC, um banco de dados de animais de estimação autorizado pelo governo português e administrado pelo SNMV (Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários).
Segundo o Guiness, a história de Bobi é milagrosa. Ele nasceu como um dos quatro filhotes machos, em um anexo onde a família Costa armazenava madeira. “Tinha oito anos”, disse Leonel Costa, hoje com 38 anos. “O meu pai era caçador e sempre tivemos muitos cães.”
Devido ao número de animais que já tinham, o pai de Costa decidiu que não poderiam ficar com os filhotes recém-nascidos. “Infelizmente, nessa altura era considerado normal pelas pessoas mais velhas que não podiam ter mais animais em casa […] enterrar os animais numa toca para que não sobrevivessem”, explicou ele.
No dia seguinte ao nascimento dos cachorros, os pais de Costa entraram no quarto e levaram os filhotes rapidamente, enquanto a cadela que era mãe dos animais não estava no local. No entanto, na pressa, eles não perceberam que haviam deixado um para trás.
Costa lembra que ele e seus irmãos ficaram muito tristes nos dias seguintes, porém, perceberam que a mãe do cachorros continuava visitando o galpão onde nasceram seus filhotes. “Achamos estranha a situação, porque se os animais não estivessem mais lá, por que ela iria lá?!”, contou ele.
Eles decidiram seguir a cachorra uma vez, onde descobriram que Bobi estava vivo. Felizmente, ele escapou do mesmo destino de seus irmãos, pois estava escondido entre toda a madeira.
Costa e seus irmãos decidiram manter em segredo a existência de Bobi. “Sabíamos que quando o cachorro abrisse os olhos, meus pais não iriam mais enterrá-lo”, explicou ele. “Era de conhecimento popular que esse ato não poderia ou deveria ser feito.”
Geralmente, leva de uma a duas semanas para que os filhotes recém-nascidos abram os olhos pela primeira vez; eles só podem fazê-lo quando seu sistema nervoso central se desenvolver e seus olhos estiverem totalmente formados.
Quando os pais de Leonel finalmente descobriram Bobi, já era tarde demais – o cachorrinho já havia aberto os olhos. Bobi agora fazia parte da família. “Confesso que quando descobriram que já sabíamos, gritaram muito e nos castigaram, mas valeu a pena e por um bom motivo!”, contou o tutor do cão ao Guiness.
Longevidade
Costa acha que um dos maiores fatores que permitiram a longevidade de Bobi é o “ambiente calmo e tranquilo” em que o animal vive, “longe das cidades”.
Bobi nunca foi acorrentado ou preso a uma coleira e sempre gostou de passear livremente pelas florestas e fazendas que cercam a casa da família Costa. O cachorro é "muito sociável", pois cresceu com muitos outros animais.
Quanto à sua dieta, Bobi sempre comeu 'comida humana'. Bobi é o “último de uma longa geração de animais” da família Costa. Ele também é uma lembrança viva para o tutor dos tempos passados e de todos os parentes que ele perdeu ao longo dos anos.