Conheça as causas da obesidade em animais de estimação e saiba como evitá-la
Doença pode colocar em risco a saúde e o bem-estar de cães e gatos
A obesidade em humanos tem se tornado um dos maiores problemas de saúde pública, pois é fator de risco para diversas doenças. Esse quadro também está afetando os animais de estimação e já se tornou o problema de saúde mais frequente e preocupante entre cães e gatos domésticos. Nos Estados Unidos, um levantamento da Association for Pet Obesity Prevention, em 2018, revela que 55,8% dos cães e 59,5 % dos gatos domésticos estão acima do peso ou com obesidade.
Riscos da obesidade
Essa doença é definida como um acúmulo excessivo de gordura no corpo, acima daquilo que é considerado normal para seu tamanho e tipo corpóreo (constituição física) e deve ser avaliada por um médico veterinário. Além disso, a obesidade é fator de risco para diversas outras patologias, principalmente as cardiovasculares, problemas respiratórios e, ainda, predispõe a dores nas articulações.
Causas da obesidade em animais de estimação
A má alimentação, o sedentarismo, a castração e a predisposição genética estão entre os principais vilões do sobrepeso. Entretanto, especialistas apontam os tutores como os principais culpados pela obesidade em animais de estimação. "A principal causa é uma dieta errada somada a uma vida sedentária. Contudo, algumas doenças como o hipotireoidismo, comum nos cães, e distúrbios da glândula adrenal também levam à obesidade", acrescenta o médico veterinário Dr. Luiz Fernando Ferreira.
Como evitar a obesidade em pets
No caso da má alimentação e do sedentarismo, é necessário que os tutores regulem a ingestão de alimentos dos animais e estimulem a prática de atividade física. De acordo com o Dr. Luiz Fernando Ferreira, utilizar a ração de acordo com a idade e tipo de vida do animal e fazer exercício físico são medidas essenciais. "Para cães, [é indicado fazer] uma caminhada de 20 a 30 minutos; para gatos, ter brinquedos e escaladores que estimulem o movimento", recomenda.
Cuidados com os alimentos humanos
O veterinário acrescenta que talvez o maior erro dos tutores seja observar o ganho de peso nos pets e não fazer nada. "O primeiro passo seria ir ao médico veterinário, obter informações e realizar exames", adverte. Outro erro é dar alimentos como recompensa, como queijo, pão, embutidos e outros.
O Dr. Luiz Fernando Ferreira garante que dar alimentos de humanos para os animais não é uma atitude errada, muito pelo contrário, existem receitas excelentes para eles. Mas, para isso, os tutores deveriam cozinhar especialmente para os animais domésticos, sem temperos e condimentos que são muitas vezes utilizados em nossa culinária.
"Devemos lembrar que a ração é um benefício da indústria para trazer facilidade aos donos. Se alguém quiser cozinhar para seu bichano ou cão, não tem problema algum, fica só com mais uma tarefa do lar. Existem excelentes receitas em sites especializados", enfatiza.
Errado é dar alguns tipos de alimentos, como salgadinhos, pizza, pão, embutidos, entre outros alimentos que não possuem os nutrientes necessários para a saúde do animal e, ainda, podem possuir substâncias que agridem o organismo deles.
Atenção à quantidade ingerida
Os tutores também devem ficar atentos à quantidade de comida a ser ingerida pelo animal de estimação. Os bifinhos e biscoitos, por exemplo, não devem ser oferecidos à vontade. "Recomendo sempre dar uma pequena porção e observar alguma reação adversa como alergia, possível vômito ou diarreia. Uma vez que o animalzinho não teve nenhuma alteração, deve-se utilizar de acordo com a recomendação do fabricante", indica o Dr. Luiz Fernando Ferreira.
A própria ração também deve ser consumida de forma moderada. "A ração para cães deve ser [oferecida] de duas a três vezes ao dia, seguindo a recomendação do fabricante. Nunca deixar a ração à vontade para cães. Já os gatos, têm que ter a comida sempre à vontade, mas com um bom senso de quantidade na vasilha", ensina o veterinário.
Relação entre castração e obesidade
Os cães e cadelas castrados apresentam maior probabilidade de se tornarem obesos, devido à falta dos hormônios sexuais. O distúrbio é mais frequente entre as fêmeas, que deixam de produzir hormônios que atuam na inibição do apetite.
No caso dos machos, a retirada dos testículos interrompe a produção de hormônios andrógenos, importantes para instigá-los a se movimentar. Nos gatos castrados, o risco de se tornarem obesos é de três a quatro vezes maior. Em geral, os machos são mais afetados, por questões metabólicas.
Entretanto, o Dr. Luiz Fernando Ferreira garante que para haver acúmulo de gordura tem que estar sobrando energia no balanço da dieta e do exercitar. Portanto, o quadro pode ser revertido com uma dieta apropriada - existem rações específicas para animais castrados - e atividade física regular.