Por que e como controlar o tempo de tela das crianças
A missão parece ser impossível, mas tem impacto positivo na saúde mental dos pequenos
Convencer os filhos ficarem menos tempo diante das telas tem sido uma luta para quase todos os pais. Com celulares, TVs e iPads por toda parte, pode parecer uma tarefa impossível limitar o tempo de tela das crianças. Mas algumas recomendações podem ajudar.
Embora possa ser tentador permitir que os pequenos tenham tempo de tela sempre que quiserem, isso pode provocar "efeitos colaterais". De acordo com a Academia Americana de Psiquiatria da Criança e do Adolescente, quando eles passam um longo período diante da tecnologia podem surgir questões de saúde como:
- Problemas de sono;
- Problemas de autoimagem e de autoestima;
- Menor hábito de leitura;
- Menos tempo gasto ao ar livre;
- Menor desempenho escolar;
- Dificuldade de manter o peso ideal;
- Mudanças de humor ou distúrbios de atenção.
Qual o tempo médio de uso?
Com os riscos potenciais em mente, você provavelmente está se perguntando quanto tempo de tela é considerado adequado. Apesar de não haver um consenso sobre esse assunto, a maioria dos especialistas concorda que quanto menos tempo de tela, melhor, especialmente para bebês e crianças.
Segundo a Organização da Saúde (OMS), as telas não são recomendadas para menores de dois anos. As crianças de dois a cinco anos podem ter acesso a uma hora ou menos; já para as com mais de seis anos, duas horas parece ser um limite adquado. Porém, conforme os filhos crescem e conquistam independência, fica cada vez mais difícil convencê-los a dar um tempo às telas. Mesmo assim, os pais não devem parar de incentivar o uso saudável das tecnologias.
Dicas para definir limites
Se o tempo de tela está ocorrendo por mais tempo do que você gostaria, vale buscar alternativas para diminuir a quantidade e promover um uso saudável dessa ferramenta. Mas como impor limites? Uma ótima forma de começar é abrindo um canal de diálogo com os pequenos sobre como as mídias sociais e o mundo online os fazem sentir.
Outras dicas que podem ser úteis:
- Use controles parentais quando necessário para limitar o conteúdo que as crianças mais jovens podem assistir;
- Trabalhe com crianças e adolescentes mais velhos para estabelecer seus próprios limites para o tempo de tela saudável;
- Desligue todas as telas de meia hora a uma hora antes de dormir;
- Restrinja dispositivos eletrônicos na mesa de jantar ou durante atividades familiares;
- Estabeleça que as tarefas, lição de casa e outras atividades precisam ser concluídas primeiro;
- Ajude a criança a entender por que menos tempo de tela pode ser mais saudável, mental e fisicamente;
- Certifique-se de que os outros cuidadores saibam e concordem com esses limites para que todos trabalhem juntos nessa missão.
Também é importante entender o quanto a socialização é feita com ajuda da internet hoje em dia. À medida que as crianças envelhecem, elas precisarão saber como navegar nas normas sociais que sua geração está criando, muitas das quais dependem das mídias sociais e do mundo virtual.
Além disso, se reduzir o tempo de tela é estressante para a criança, os pais devem tentar entender o que ela sente que está perdendo e ver se há outras maneiras de preencher essa necessidade.
Tire o máximo de proveito das telas
Lembre-se que nem todo tempo de tela é igualmente benéfico. Jogar jogos de computador educativos é diferente que passar o dia navegando nas mídias sociais. Portanto, considere recursos gratuitos e educacionais para manter o aprendizado durante o tempo de tela:
- Consulte o conteúdo para ter certeza de que é apropriado;
- Assista com seus filhos e debata com eles sobre o conteúdo assistido;
- Limite o tempo nas mídias sociais;
- Fale sobre privacidade e segurança online com seus filhos;
- Incentive o uso da tecnologia que promove a conectividade humana e a criatividade.
Outra alternativa válida para aproveitar ao máximo o tempo de tela é através da escuta de audiolivros e podcasts infantis. Pergunte às crianças quais são seus interesses e procure alguns materiais relacionados de escuta ou de leitura que elas possam explorar.