Química no amor: fato ou mito?
Descubra se aquela sintonia que temos com as outras pessoas realmente existe Você já pode ter conhecido alguém, se conectado com aquela pessoa e vocês dividiram uma química incrível, mas depois tudo acabou. Com certeza deve ter se perguntado o que aconteceu se vocês se davam tão bem. Mas será que a famosa "química" realmente […]
Descubra se aquela sintonia que temos com as outras pessoas realmente existe
Você já pode ter conhecido alguém, se conectado com aquela pessoa e vocês dividiram uma química incrível, mas depois tudo acabou. Com certeza deve ter se perguntado o que aconteceu se vocês se davam tão bem. Mas será que a famosa "química" realmente teve alguma influência nisso? Na verdade, para começo de verdade, será que realmente existe química entre as pessoas?
Bruno Pascale Cammarota, médico psiquiatra, explica que essa química - que pode ser até uma paixão acontecendo - é um aumento de dopamina em duas áreas principais. São elas o sistema mesolímbico e o nigroestriatal, e ambos tem muito a ver com a questão da atração. "Então, é quando existe esse aumento de dopamina que faz com que você tome algumas atitudes sem pensar, na impulsividade. Isso pode acontecer em qualquer idade, desde a adolescência até a terceira idade. O cérebro não tem essa questão de tempo com relação a química, de paixão, de atração. Ele precisa apenas da situação e do gatilho que seja oficial para isso", pontua.
Como a química age no nosso cérebro?
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Pós-PhD em Neurociências, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos e membro da Royal Society of Biology no Reino Unido, afirma que essa química refere-se a uma série de reações no cérebro envolvendo neurotransmissores como a dopamina - associada à motivação e ao prazer -, ocitocina - ao vínculo e à confiança - e serotonina - à sensação de bem-estar. "Esses neurotransmissores e hormônios são liberados em resposta a estímulos que percebemos como atraentes ou agradáveis. Essas substâncias facilitam a comunicação entre neurônios, influenciando nossos sentimentos, humor e comportamento. Geralmente nos fazendo sentir mais felizes, empolgados e conectados com a pessoa", completa.
Existe um padrão para química?
A resposta é não! Fabiano diz que a atração é profundamente pessoal e pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo preferências pessoais, experiências passadas e contextos culturais.
O médico psiquiatra Bruno afirma que a química que sentimos com alguém está muito relacionado a todos os nossos sentidos: visão, tato, olfato, paladar e audição. "Não existe um padrão para a pessoa se apaixonar, mas existem todos os sentidos aguçados e isso faz com que libere certas substâncias que podem inundar nosso cérebro de dopamina."
Algo rápido e que leva tempo
A química entre duas pessoas pode ser sentida de duas formas: tanto imediata quanto ao longo do tempo. Tamara W. Zanotelli, sexóloga, terapeuta sexual, palestrante e empresária, explica que embora em alguns casos ela possa parecer instantânea devido a essa forte atração inicial, a intensidade da ligação entre as pessoas pode variar muito de uma situação para outra e também entre indivíduos diferentes. "À medida que as pessoas se conhecem melhor, vivem mais juntos, compartilham experiências, elas acabam também criando certas conexões emocionais. E em outras situações, essa química parece ser imediata, ela vem como uma forte sensação de conexão emocional." (box)
Atração física ou sexual: é isso que inicia a química?
Fabiano destaca que a "química" pode originar-se de conexões emocionais, intelectuais ou baseadas em interesses e experiências compartilhadas. Que podem ser tão fortes quanto ou até mais impactantes que a atração física. "Mas o instinto reprodutor está lá, ativo para que tenha maior possibilidade de atração física, mas depende do indivíduo."
Mitos sobre química!
Pedimos para os três profissionais apontarem um mito referente a química que muitos acreditam ser verdade. Vamos as respostas?
- "A química nem sempre é esmagadora, ela pode ser sutil e se desenvolver aos poucos. A química não significa que uma relação será necessariamente bem-sucedida ou saudável a longo prazo; outros fatores como compatibilidade de personalidade, comunicação e valores compartilhados também são cruciais", responde Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues.