2024 acabou? Por que ficamos mais ansiosos no fim do ano?
Psiquiatra lista estratégias para aliviar a tensão causada pela chegada do fim do ano.
À medida que o ano se aproxima do fim, muitas pessoas sentem os níveis de ansiedade aumentarem, um fenômeno comum, segundo especialistas, por conta das múltiplas demandas que se acumulam e da sensação de encerramento de ciclo.
Em entrevista ao Terra Você, a psiquiatra Cintia Braga explica que o fim do ano é marcado por um aumento natural nas pressões sociais e profissionais, como compromissos familiares, eventos e a necessidade de fechar projetos no trabalho.
"Esse período nos coloca em um estado de reflexão sobre o que foi planejado e o que realmente foi alcançado, gerando um sentimento de insatisfação e autocrítica", conta.
Outro fator que contribui para essa ansiedade é o sentimento de urgência que surge ao perceber que o tempo para realizar certas metas está acabando. Braga aponta que a ideia de "tempo perdido" é intensificada nesse período.
“A ideia de um ciclo que se encerra e outro que se inicia coloca pressão sobre as metas estabelecidas, mesmo que inconscientemente. Muitas pessoas se cobram excessivamente por resultados que dependem de fatores externos ou de circunstâncias que não puderam ser controladas."
Além disso, o acúmulo de compromissos e as expectativas para o próximo ano podem sobrecarregar a saúde mental. Para tentar lidar com tudo, é comum que as pessoas sacrifiquem momentos de descanso e autocuidado, essenciais para o equilíbrio emocional.
De acordo com a médica, essa rotina intensiva, somada às altas expectativas para o próximo ano, cria um ciclo de preocupação e aumenta o estresse. "Essa combinação de cansaço, cobranças internas e pressão social pode resultar em sintomas de ansiedade e até em episódios de esgotamento emocional."
Estratégias para aliviar a pressão do final de ano
Para enfrentar essa época com mais tranquilidade, Cintia Braga sugere estratégias como o planejamento realista, que pode ajudar a reduzir a sobrecarga e a priorizar as atividades mais essenciais.
A profissional também recomenda a prática da autocompaixão, que envolve aceitar que nem tudo depende de nós e que imprevistos são parte do processo.
"Reservar tempo para o autocuidado, como fazer atividades prazerosas e relaxantes, ajuda a manter a mente mais equilibrada e saudável", comenta.
O final do ano pode ser um momento para nos reconectarmos com nossas metas de forma saudável. "Em vez de focar apenas no que não foi atingido, é importante praticar a gratidão pelos pequenos avanços e reconhecer as mudanças que foram feitas ao longo do ano", aconselha a psiquiatra.
Reavaliar os objetivos e ajustá-los de forma realista para o próximo ano permite iniciar o novo ciclo com menos ansiedade e mais equilíbrio.