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Burn On: o que é a condição classificada como ‘depressão mascarada’?

Médicos alemães indicam que condição pode ser crônica e deixa pacientes "à beira de um colapso"

2 mai 2024 - 15h18
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Foto: iStock

A Síndrome de Burnout - distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade -  ganhou espaço nos últimos anos e foi reconhecida como “doença ocupacional” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022.

Recentemente, um termo parecido se tornou alvo de discussão entre médicos e cientistas: a Síndrome de Burn On. O termo foi criado pelo psiquiatra Timo Schiele e pelo psicoterapeuta Bert te Wildt e, de acordo com os alemães, é uma doença crônica que pode ser classificada como uma “depressão mascarada”. 

“Os pacientes estão sempre à beira de um colapso, mas seguem em frente e cultivam, por trás de um sorriso, um tipo diferente de exaustão e depressão”, explicou te Wildt em entrevista ao portal South China Morning Post, de Hong Kong. 

Em entrevista ao Terra, a psicóloga clínica com especialização em Comportamental, Fernanda Fusco, conta que a expressão relativamente nova descreve uma fase inicial ou menos intensa do Burnout. 

“Enquanto o Burnout é uma exaustão profunda e crônica, o Burn On, por ser uma variação ou uma forma moderada desse esgotamento”, diz a especialista.

Como diferenciar?

De acordo com a psicóloga, a maior diferença é que por ser menos intenso, o burn on permite que o trabalhador consiga exercer suas funções, mesmo que com um grau de esgotamento muito visível. 

“O Burnout tem como característica principal a incapacidade do paciente de continuar trabalhando ou uma necessidade de afastamento. O Burn On, por ser uma variação ou uma forma moderada desse esgotamento, permite que a pessoa continue trabalhando, mesmo que com sintomas perceptíveis.

Sintomas

  • Sensação de cansaço constante, mesmo depois de ter descansado;
  • Redução na qualidade do trabalho e na produtividade;
  • Desinteresse em assuntos e atividades que tenham a ver com o ofício;
  • Maior irritabilidade;
  • Problemas de concentração, entendimento e memória.

Como evitar e tratar

A psicóloga explica que, por parte das empresas, a melhor forma de evitar situações de Burn On é implementando políticas e práticas que promovam o bem-estar de seus funcionários. As principais formas de tratamento para quem sofre da síndrome são:

  • Terapia cognitivo comportamental, por ajudar a gerenciar o estresse e desenvolver estratégias de enfrentamento; 
  • Mudanças no estilo de vida, como a realização de atividades físicas, meditação e técnicas de relaxamento;
  • Estabelecer limites entre o trabalho e prazer para evitar a sobrecarga; 
  • Buscar apoio familiar e com amigos;

Uma avaliação médica é recomendada e se o especialista notar a necessidade da prescrição de medicação para melhorar sintomas como ansiedade e depressão, a medicação é usada. 

“A prevenção é a busca de um equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho. É muito importante prestar atenção em si para notar qualquer mudança de comportamento que indique estresse ou sobrecarga, evitando, assim, a longo prazo, a sua forma mais pesada, que é o Burnout”, conclui a psicóloga.

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Fonte: Redação Terra Você
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