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Desconectar é ótima ideia para preservar a saúde mental

Cada vez mais medidas têm sido adotadas no Brasil e mundo afora visando um maior controle sobre o uso do celular nas escolas e empresas

20 set 2024 - 05h01
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Em algumas escolas, jovens estão proibidos de usar celular
Em algumas escolas, jovens estão proibidos de usar celular
Foto: iStock

Desde o começo desse ano muitas escolas particulares e redes públicas de ensino no país têm restringido o uso do celular dos seus alunos. Algumas delas não autorizam o uso das telas mesmo nos intervalos entre as aulas.

Um estudo recente do Comitê Gestor da Internet no Brasil aponta que quase 30% das escolas por aqui já proíbem o uso dos celulares, 64% limitam seu uso e apenas 7% liberam totalmente sua utilização.

 As restrições se alinham a recomendações de organismos internacionais que relacionam o uso de celulares no ambiente escolar com uma piora no desempenho, na convivência entre os alunos e na sua saúde mental.

Os desafios para estabelecer limites no uso de tecnologias entre os jovens não são poucos. No ensino médio, os adolescentes tendem a questionar muito mais as proibições do que os alunos do fundamental. Além disso, extrapolar os limites dos muros escolares e tentar redefinir os padrões de uso em casa exige um trabalho árduo por parte dos pais.

Aliás, os adultos, antes de discutirem esses limites com seus filhos, também tem que rever sua própria capacidade de moderação do uso das tecnologias. E-mails e mensagens de WhatsApp que não param de chegar fazem com que a jornada de trabalho fique cada vez mais longa.

Alguns especialistas discutem o conceito da “fadiga de disponibilidade”, um cansaço físico e psíquico, que tem se tornado cada vez mais frequente, e que pode minar a saúde mental e aumentar os riscos de burnout.

Não é à toa que algumas empresas e países já incorporam medidas que controlam a exposição dos seus colaboradores e cidadãos ao bombardeio das mensagens virtuais.

Na Austrália, por exemplo, desde agosto desse ano, passou a vigorar uma nova lei que vem sendo chamada de “direito de desconexão”, que garante aos trabalhadores o direito de se recusar a ler e-mails, mensagens e chamadas fora do horário do expediente. A França já adota medidas similares mesmo antes da pandemia.

Com os limites cada vez mais apagados pelas tecnologias e telas entre vida pessoal e profissional é importante que cada um de nós perceba o tempo que tem passado conectado e o impacto que essa disponibilidade traz para sua vida.

Da mesma forma que os jovens tiveram inicialmente dificuldades em se adaptar aos limites impostos pelas escolas para, meses após as restrições, percebem uma melhora no foco, na atenção e nas relações com os colegas, as empresas e seus colaboradores devem passar por uma jornada similar.

Um trabalhador que consegue ficar, de fato, desconectado da empresa fora do seu expediente pode alcançar benefícios importantes para sua saúde mental e vida pessoal, reduzir o risco de esgotamento, além de conseguir ser mais assertivo e ter um melhor desempenho dentro da sua jornada regular de responsabilidades.

E, é claro, fica muito mais fácil discutir limites de uso de celular com os filhos quando cada um de nós consegue ser um exemplo de moderação para eles.

E você? Tem conseguido limitar o impacto que as tecnologias estão produzindo em sua rotina?

*Jairo Bouer é psiquiatra e escreve semanalmente no Terra Você.

Fonte: Jairo Bouer
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