Dia de combate ao estresse: 10 dicas para impedir impactos na saúde
O estresse é uma resposta natural do corpo - mas, quando em excesso, pode causar sérios danos à saúde e ao organismo
Com uma rotina corrida e um volume intenso de informações vindo de todos os lugares, é praticamente impossível não se sentir estressado. O estresse, aliás, é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras. No entanto, quando ocorre de maneira frequente ou até de forma crônica, coloca a saúde física e mental em risco.
Luana Ganzert, psicóloga especialista em emoções, explica que o estresse pode surgir quando enfrentamos pressões físicas, emocionais ou mentais que demandam mais do que estamos acostumados a lidar. "Essas pressões, ou 'estressores', podem variar de prazos apertados no trabalho até mudanças significativas na vida, saúde prejudicada, ou acúmulo de tarefas consideradas importantes", afirma.
A sensação nada mais é do que uma resposta biológica. Isso porque, quando nos deparamos com essas situações, o corpo libera hormônios como cortisol e adrenalina, nos preparando para reagir.
"Isso pode ser útil em situações de perigo, mas se ele se tornar crônico ou excessivo, pode afetar negativamente nossa saúde física e mental. Por isso, é importante aprender a gerenciar o estresse e adotar práticas que ajudem a manter um equilíbrio saudável e integral", alerta a especialista.
Cortisol: o hormônio do estresse
O cortisol é o principal hormônio associado ao estresse, pois é ele que ajuda a nos preparar para lidar com desafios. Quando enfrentamos uma situação estressante, o cérebro sinaliza para as glândulas suprarrenais liberarem cortisol na corrente sanguínea, explica Luana.
"Os efeitos do cortisol são amplos e afetam tanto o corpo quanto o cérebro. No corpo, ele ajuda a aumentar os níveis de açúcar no sangue para fornecer energia rápida, aumenta a pressão arterial e suprime funções não essenciais temporariamente, como o sistema imunológico e a digestão", afirma.
No cérebro, o cortisol tem um papel importante na regulação do humor, da memória e da resposta ao medo ou estresse. "Em situações agudas, ele pode melhorar a nossa capacidade de focar e lidar com desafios. No entanto, quando o cortisol é liberado de forma crônica, pode ter efeitos prejudiciais, afetando negativamente a memória, a função cerebral e contribuindo para distúrbios de humor, como ansiedade e depressão", alerta a psicóloga.
Segundo Luana, o equilíbrio é a chave. O cortisol é essencial para nossa sobrevivência, mas quando em excesso, pode ter impactos negativos na nossa saúde física e mental. Por isso, é importante aprender a gerenciar o estresse e buscar um estilo de vida equilibrado e que tenha sentido a vida que você escolheu viver", diz a profissional.
Impacto na saúde
Conforme a psicóloga, o estresse crônico mantém os níveis desses hormônios elevados por um longo período, o que afeta nosso organismo de diversas maneiras. Segundo ela, os efeitos prolongados incluem:
- Problemas de sono;
- Fadiga;
- Irritabilidade;
- Dificuldades de concentração;
- Pressão alta;
- Enfraquecimento do sistema imunológico;
- Distúrbios digestivos.
Além disso, o estresse crônico está associado a condições de saúde mais graves, como doenças cardíacas, diabetes e distúrbios mentais, como a ansiedade e depressão, acrescenta Luana.
"Resumindo, o estresse se torna prejudicial quando não conseguimos controlá-lo ou quando estamos constantemente expostos a situações estressantes, levando a desequilíbrios físicos e emocionais que afetam negativamente nossa qualidade de vida. Por isso, é essencial aprender a gerenciá-lo de forma saudável e buscar apoio quando necessário", adverte a profissional.
Quando o estresse leva a problemas de saúde mental
O estresse e a saúde mental estão interligados de várias maneiras. Isso porque o estresse crônico ou excessivo pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Luana explica a relação:
Quando enfrentamos estresse por um longo período, os níveis de hormônios do estresse, como o cortisol, podem permanecer elevados. Isso pode afetar o equilíbrio químico do cérebro, influenciando neurotransmissores como a serotonina, que estão diretamente relacionados ao humor e às emoções.
A ansiedade pode ser desencadeada ou exacerbada pelo estresse crônico, levando a preocupações constantes, nervosismo e medo excessivo. Por outro lado, o estresse prolongado também pode aumentar a vulnerabilidade à depressão, pois afeta a percepção de bem-estar, autoestima e capacidade de lidar com desafios.
"É importante entender que cada pessoa responde ao estresse de maneira única, e nem todo estresse resultará em problemas de saúde mental. Mas é fundamental reconhecer a conexão entre estresse e saúde mental para que possamos adotar estratégias eficazes de gerenciamento do estresse e buscar apoio quando necessário. O autocuidado e a busca por ajuda profissional são passos importantes para manter uma boa saúde mental", reforça a especialista.
10 conselhos para combater o estresse
Existem várias estratégias que podem ajudar a combater o estresse e promover bem-estar. A especialista dá algumas dicas que podem ajudar:
1. Exercício físico: Praticar atividades físicas regularmente, como caminhadas, corridas, ioga ou dança, pode liberar endorfinas, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade.
2. Técnicas de relaxamento: Experimente técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda, mindfulness ou progressão muscular, para acalmar a mente e o corpo.
3. Alimentação saudável: Mantenha uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos ricos em ômega-3, que podem ajudar a combater o estresse.
4. Sono adequado: Certifique-se de ter uma boa qualidade de sono, dormindo o suficiente para se sentir revigorado e energizado durante o dia.
5. Gerenciamento do tempo: Organize seu tempo de forma eficaz, estabelecendo prioridades e evitando a sobrecarga de tarefas. Um planejamento bem estruturado pode reduzir a sensação de estar sobrecarregado.
6. Atividades prazerosas: Reserve tempo para fazer coisas que você gosta, seja ler, ouvir música, cozinhar ou qualquer hobby que traga felicidade e alívio do estresse.
7. Conexões sociais: Mantenha contato com amigos e familiares, pois o apoio social é crucial para lidar com o estresse. Compartilhar sentimentos e preocupações pode aliviar o peso emocional.
8. Limitação da exposição ao estresse: Evite situações ou pessoas que aumentem seu estresse quando possível. Estabeleça limites saudáveis e aprenda a dizer não quando necessário.
9. Buscar desenvolvimento pessoal: A prática de se desenvolver pode ajudar a reduzir o estresse, aumentar o autocuidado e te fazer desacelerar sem perder o foco dos seus objetivos.
10. Busca por ajuda profissional: Se o estresse persistir ou se tornar esmagador, considere procurar ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra.
Gestão emocional no controle do estresse
Por último, Luana afirma que aprender técnicas de gestão emocional, como a inteligência emocional, pode ser valioso. "Isso envolve reconhecer e entender suas emoções, e desenvolver habilidades para lidar com elas de maneira saudável e construtiva", diz a psicóloga. Segundo ela, o objetivo não é eliminar o estresse completamente, mas sim aprender a administrá-lo e encontrar um equilíbrio saudável em sua vida.