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Por que saúde mental está diretamente ligada à qualidade de vida?

Psicóloga reforça necessidade do amplo cuidado diário, conscientização e luta contra os estigmas relacionados à saúde da mente

27 set 2023 - 05h00
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Naturalmente as pessoas conectam saúde à boa condição clínica do corpo, contudo, como a própria OMS ressalta, ela engloba muitos outros fatores, como a mente. Prezar pelo bem-estar mental é essencial, mas ainda assim, dúvidas e tabus acerca do tema permanecem: em entrevista pingue-pongue, a psicóloga Gabriele De França (CRP 06/161972) explica os motivos que fazem do cuidado com a mente algo fundamental para a qualidade de vida e desvenda alguns mitos. 

A saúde mental é base do bem-estar e se junta à boa saúde física para uma melhor qualidade de vida
A saúde mental é base do bem-estar e se junta à boa saúde física para uma melhor qualidade de vida
Foto: C Malambo/peopleimages.com / Adobe Stock

Por que saúde mental está diretamente conectada à qualidade de vida? 

“A saúde mental tem um papel central na nossa qualidade de vida, já que impacta diretamente o nosso bem-estar emocional, psicológico e social. Com a saúde mental em dia é mais fácil tomar decisões assertivas, lidar com o estresse, manter relacionamentos socialmente saudáveis, aproveitar a vida e buscar realizações pessoais e profissionais”. 

Quais são os principais mitos sobre o tema? 

“Existem muitos mitos. Por exemplo, a ideia de que ter um quadro relacionado à saúde mental é sinal de fraqueza, ou que são problemas menos graves do que problemas físicos. Ou ainda que terapia é "coisa de gente louca", falta de religião, ou “frescura”. São mitos que intensificam ainda mais os estereótipos e dificultam a busca pelo tratamento adequado”. 

Como reconhecer quando a saúde mental não está bem? 

“A partir do momento em que percebemos que nossa rotina ou relacionamentos sociais estão diferentes, interferindo nas atividades diárias. Por exemplo, excesso de sono ou insônia, mudanças no apetite, perda de interesses em atividades que até então eram prazerosas, sentimento de tristeza ou ansiedade associada à falta de disposição.

O isolamento social gradativo também é outro fator importante. Ao perceber esses sinais em si mesmo ou em outra pessoa, busque ajuda profissional ou aconselhe o outro a fazê-lo”. 

Existe algum cuidado ou procedimento específico para grupos mais vulneráveis, como crianças, adolescentes e idosos? 

“Sim, grupos mais vulneráveis podem se beneficiar de abordagens mais específicas.  

No caso de crianças e adolescentes, é importante considerar um apoio não somente familiar, mas também da instituição de ensino. Deste modo, conjuntamente, é possível trabalhar melhor as emoções e ferramentas para lidar com elas.

No caso de idosos, o trabalho de socialização e intervenções a respeito do sentimento de solidão são importantes para manter esse grupo psicologicamente saudável. É importante que todo e qualquer trabalho relacionado à saúde mental seja adaptado às necessidades de cada estágio da vida”. 

Qual o papel da conversa aberta sobre o assunto e da terapia como ferramenta para se cuidar? 

“Falar sobre o cuidado com a saúde mental é importante para reduzir os estigmas e acabar os estereótipos. Muitas pessoas se sentem envergonhadas de falar sobre seu processo de desenvolvimento pessoal, mas devemos incentivar justamente o contrário. Ao compartilhar experiências e falar sobre a importância da psicoterapia, encorajamos os outros a fazerem o mesmo e buscarem esse autocuidado”. 

Como inteligência emocional e saúde mental se conectam? 

“A inteligência emocional é uma importante aliada na manutenção da saúde mental. Ao saber como gerenciar e, principalmente, reconhecer as suas emoções e as dos outros, nos tornamos mais aptos a lidar com situações de estresse, resolver conflitos, manter relacionamentos saudáveis e, especialmente, desenvolver a capacidade de ser empático. Esses fatores contribuem para o nosso bem-estar psicológico”. 

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