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10 cuidados com a saúde que toda pessoa idosa deveria ter

Hábitos importantes vão além de manter a alimentação equilibrada e praticar atividade física; saiba como incluir todos os cuidados na rotina

1 out 2024 - 14h41
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O envelhecimento é um fenômeno mundial: em aproximadamente três décadas, o número de pessoas idosas será equivalente ao de crianças no mundo todo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a pirâmide etária já começou a inverter: em 2022, pela primeira vez, os idosos deixaram de ser a menor fatia da população - agora, representam 15,8% dos brasileiros, superando os jovens entre 15 e 24 anos (14,7%).

Nos próximos 20 anos, o IBGE projeta que as pessoas com mais de 60 anos serão quase um terço dos brasileiros (28%) e passarão a representar a maior fatia populacional. Se pensarmos nos próximos 50 anos, o Brasil terá um percentual de 37,8% de idosos - ou um a cada três brasileiros.

Diante desse cenário, é cada vez mais importante a busca pelo envelhecimento saudável e por mais qualidade de vida. A seguir, conheça 10 cuidados com a saúde que toda pessoa idosa deveria ter.

1. Ter uma alimentação equilibrada

Uma dieta equilibrada é essencial para o envelhecimento saudável. A alimentação da pessoa idosa deve ser variada, priorizando ingredientes in natura (verduras, legumes, feijão, arroz, raízes, ovos e carnes) ou minimamente processados. Essas pessoas devem consumir o mínimo possível de ultraprocessados, aqueles produtos com adição de açúcar, gordura, corantes e conservantes.

"Quando comprar alimentos industrializados, a recomendação é sempre preferir aqueles com menos itens nas listas de ingredientes", orienta a nutricionista Mariana Staut Zukeran, doutora em ciências e especialista em gerontologia, que coordena a Pós-Graduação de Nutrição em Gerontologia da Faculdade Einstein. Ao olhar o rótulo, lembre-se de que os componentes aparecem em ordem de maior para menor quantidade. Isso significa que se "açúcar" é o primeiro da lista, por exemplo, ele é o principal ingrediente daquele produto.

Nessa fase da vida, a ingestão proteica também deve receber mais atenção. Isso porque, com o envelhecimento, ocorre um prejuízo na manutenção e formação de massa muscular. "A recomendação de consumo de proteínas é maior para pessoas idosas, sendo que a individualização deve ser feita pelo profissional que a acompanha", frisa Zukeran.

Também é preciso estar atento a possíveis casos de déficit nutricional. Vários fatores podem impactar no apetite das pessoas idosas — como doenças, medicamentos, sensação de solidão e até mesmo as alterações de paladar e olfato que ocorrem durante o envelhecimento.

Daí porque é importante prestar atenção a possíveis alterações no padrão alimentar. "Alguns fatores são importantes para esse monitoramento, como a autopercepção do apetite, o sabor da comida, a quantidade de garfadas ou colheradas antes da finalização da refeição e a quantidade de refeições ingeridas por dia", explica a nutricionista. "As alterações de consumo alimentar e perda de peso são indicadores importantes para a procura de nutricionista especialista na área."

6. Atenção com o uso de medicações

Os efeitos adversos de medicações podem afetar mais a população idosa, principalmente aqueles de saúde mais frágil. Nessa idade, as pessoas podem ter mais de uma doença crônica, o que aumenta os riscos da interação medicamentosa.

Daí porque é muito importante o acompanhamento de um médico geriatra, que poderá fazer uma avaliação otimizada das medicações: se elas estão sendo usadas da forma correta, na dose certa, se o objetivo foi alcançado e se não há interação entre elas. "Nossa intenção é deixar o tratamento o mais seguro e otimizado possível, incluindo a desprescrição de alguns medicamentos, o que não é infrequente na geriatria", relata Leonardo Oliva.

7. Manter atividade social

Quando se fala em saúde da pessoa idosa, é preciso pensar além do tratamento de doenças. Estimular a participação em atividades sociais é essencial para o bem-estar emocional e físico, além de melhorar a autoestima e a sensação de pertencimento. Estudos mostram que idosos que se envolvem em atividades sociais regularmente tendem a ter uma saúde mental mais robusta e uma maior longevidade.

Esses compromissos podem incluir desde encontros informais até eventos planejados, como festas, aulas de costura e bordado, sessões de cinema e caminhadas em grupo.

"Não há dúvidas sobre a importância da realização de atividades em grupo. Vimos a importância da socialização durante a pandemia, quando presenciamos o adoecimento muito grande da população idosa devido ao isolamento social", observa o geriatra.

8. Cuidar da saúde mental

Muitas vezes, saúde mental da pessoa idosa pode ser negligenciada no atendimento médico - seja porque o paciente não se sente confortável em falar sobre ela, seja porque o profissional também não se aprofunda nessas questões. Mas a própria OMS diz: "Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade."

A saúde mental engloba tanto aspectos de cognição/memória quantos os de ansiedade/depressão. Quando se avalia a cognição e a memória de uma pessoa idosa, é preciso buscar entender se ela apresenta algum tipo de problema nesse sentido, já que o principal fator de risco para o surgimento de demências é a idade.

"Mas não pode haver o preconceito de que envelhecer significa ter déficit cognitivo e esquecimento. Muitas pessoas envelhecem com pleno funcionamento mental e com a cognição preservada", pontua Oliva. Nem por isso, contudo, devemos achar que o esquecimento é algo normal. "É preciso investigar as causas e propor o tratamento adequado, se for o caso", diz o médico.

Quando se avalia a existência de ansiedade e depressão, que são situações bastante comuns na terceira idade, é preciso redobrar a atenção. "São transtornos que envolvem perda de qualidade de vida e os tratamentos medicamentosos existentes são eficazes, precisam ser propostos e acompanhados de perto para que a gente possa melhorar a saúde da pessoa idosa da forma mais global possível", avalia o médico.

9. Manter a caderneta de vacinação em dia

A vacinação de pessoas com mais de 60 anos é muito importante pelo fato de que as doenças infecciosas costumam ser mais graves nessa faixa etária, assim como a mortalidade em decorrência dessas condições. "É sabido que a nossa expectativa de vida aumentou nos últimos anos. As vacinas não só previnem a doença e seus desfechos, mas também permitem que os anos a mais que ganhamos com o aumento da expectativa de vida sejam com qualidade de vida", destaca a infectologista Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

O Ministério da Saúde disponibiliza alguns imunizantes de rotina para essa faixa etária dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI). São eles: a vacina contra influenza (gripe), que deve ser tomada anualmente; dupla bacteriana (difteria e tétano); hepatite B; febre amarela (para quem estiver em situação de risco) e Covid-19.

A SBIm e a SBGG têm um calendário específico de vacinação recomendado para pessoas com mais de 60 anos. "Infelizmente, muitas dessas vacinas não estão ainda disponíveis no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), via Programa Nacional de Imunizações (PNI)", lamenta Ballalai. Entre elas está a tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. "Vivemos um surto recente de coqueluche e a doença é mais grave em pessoas com mais de 60 anos", alerta Ballalai.

10. Atenção também à saúde da boca

Com todos os cuidados de prevenção e promoção de saúde bucal, as pessoas idosas estão envelhecendo com mais dentes. Por isso, é essencial manter os cuidados com a saúde bucal diariamente, de forma adequada e adaptada às possíveis limitações que surgem com o avançar da idade.

"Muitos problemas bucais podem acontecer ou exacerbar nessa fase de vida, como doença periodontal, xerostomia, que pode ser acompanhada por redução do fluxo salivar e sua capacidade protetora, lesões de cáries e infecções oportunistas", explica a cirurgiã-dentista Letícia Bezinelli, coordenadora da graduação de Odontologia e responsável pelo serviço de odontologia hospitalar do Hospital Israelita Albert Einstein.

A saúde da boca também está diretamente relacionada com a saúde geral e sistêmica. Segundo Bezinelli, vários estudos têm demonstrado a associação entre doença periodontal e diabetes, cardiopatias e demências. "Portanto, cuidar da saúde bucal do idoso é cuidar da saúde como um todo", diz.

No caso de quem usa prótese dentária, a higienização do aparelho deve ser realizada de duas a três vezes ao dia, com escova extramacia e pasta não abrasiva ou sabão neutro, para evitar ranhuras na sua superfície. Outras opções são solução de hipoclorito de sódio 2% ou pastilhas específicas. "É necessário também fazer a higiene da cavidade oral sem a prótese, passando levemente a escova dental extramacia na língua, no palato, na gengiva e nas bochechas, para remover resíduos alimentares, placa bacteriana e biofilme", explica Henriques.

Após 60 anos, as idas ao dentista devem ficar mais frequentes, a cada quatro ou seis meses, para que seja feita uma avaliação periódica. É importante lembrar que as medicações de uso contínuo e as doenças sistêmicas devem ser sempre informadas ao profissional dentista para que o tratamento seja completo e adequado para cada paciente.

Estadão
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