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30% da população vive com dor crônica: quando procurar ajuda?

A dor crônica é aquela que permanece após determinado tempo e, por isso, diminui a qualidade de vida e bem-estar do paciente

2 jun 2023 - 17h01
(atualizado às 17h03)
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As dores estão entre as principais razões que levam pacientes às Emergências e aos consultórios médicos. Elas podem ter diversas causas, desde lesões, traumas e doenças até estresse e ansiedade. Mas viver com dor não é normal, adverte o neurocirurgião e professor Alexandre Amaral, responsável pelo pelo Centro de Tratamento da Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital São Francisco na Providência de Deus (RJ).

"Muitas vezes os pacientes tratam a dor pontualmente e o problema acaba voltando e, nesses casos, a dor pode acabar se tornando crônica, o que diminui a qualidade de vida e dificulta o tratamento", afirma o médico. Mas como saber se é hora de procurar atendimento médico?

O problema da dor crônica

As dores podem ser agudas ou crônicas, explica o especialista. "A dor aguda é um sinal de alerta, interpretada como ameaça à integridade e exige uma reação rápida. Quando se estende por mais de 3 meses, a dor perde a função de alerta e se torna crônica, podendo afetar a qualidade de vida e gerar ansiedade, depressão e comportamentos disfuncionais. O ideal é buscar ajuda médica antes que o problema se agrave e a dor se torne crônica", orienta Alexandre. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 30% da população mundial sofre com dores crônicas.

O médico alerta que o diagnóstico clínico é fundamental para que o tratamento se inicie o mais cedo possível. "Ignorar os sintomas iniciais pode acarretar danos mais graves. Para diagnosticar adequadamente, não podemos subestimar a dor de ninguém e deve-se levar em conta aspectos físicos, emocionais, sociais, crenças e medos de cada um. Anamnese e preenchimento de questionários devem se associar à realização de exames físicos e, sempre que necessário, de imagem e laboratoriais", explica. 

zA automedicação pode atrapalhar ao invés de ajudar

O especialista alerta que o uso excessivo de analgésicos, anti-inflamatórios e cafeína pode contribuir para piorar a condição. "Tomar remédios por conta própria é sempre um risco que pode levar a problemas mais graves, visto que eles podem mascarar sintomas. Somam-se a isso outras consequências, como efeitos colaterais, reações alérgicas e dependência", adverte o neurocirurgião.

Dores mais comuns

Alexandre, que é presidente da Sociedade de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional e atual coordenador do Departamento de Dor e Neurocirurgia Funcional da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, descreve as dores mais comuns dos consultórios médicos. Confira:

Cefaleia - "Cerca de 20% da população mundial sofre com dores de cabeça tensionais, que podem ser latejantes ou moderadas e resultam de fatores como estresse, ansiedade, postura inadequada, contração muscular no pescoço, entre outros", esclarece.

Enxaqueca - Caracterizada por uma dor pulsante, quase sempre em apenas um dos lados da cabeça; é uma dor incapacitante que é acompanhada de náuseas, vômito e aumento da sensibilidade a luzes e sons. Os sintomas variam de 4h a 72h. A enxaqueca pode ser crônica, quando a dor é intensa e latejante por 15 dias ou mais. Pode ou não ser acompanhada de aura, que faz com que a visão apresente pontos cegos ou pretos, cintilações ou ainda flashes de luz.

Dor na lombar, a famosa dor nas costas - "Essa dor é muito prevalente e pode ser incapacitante. Estudos apontam que mais de 90% da população mundial sofre de dor lombar em algum momento da vida. As lombalgias podem ser agudas ou crônicas e, mais uma vez, reforço que é fundamental buscar ajuda médica logo no início, para evitar que o problema se agrave", conclui o médico.

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Foto: Shutterstock / Saúde em Dia
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