36 horas bebendo água e café: nova dieta dos famosos é segura?
Jejum prolongado promete melhorar metabolismo e promover perda de peso, mas também tem contraindicações
Famosas como Deborah Secco, Juliana Paes, Jennifer Aniston, Gwyneth Paltrow, Salma Hayek e Dua Lipa já revelaram ser adeptas do jejum intermitente, que consiste em passar longos períodos do dia sem se alimentar, como forma de melhorar a saúde e acelerar a perda de peso.
Recentemente, cientistas de Cambridge revelaram que períodos regulares de jejum, onde você espera 24 horas para se alimentar, podem reduzir o risco de doenças como diabetes e Alzheimer, além de reduzir os níveis de inflamações prejudiciais no corpo.
Uma nova tendência, no entanto, vem chamando a atenção de especialistas e adeptos do jejum: ficar 36 horas sem sólidos, consumindo apenas água e café preto. A prática, já utilizada pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, levanta questionamentos que as nutrólogas Liliane Oppermann e Maira Sampaio, da Clínica Mantelli, respondem ao Terra.
Oppermann conta que a partir de 16 horas em jejum o corpo realiza a autofagia e os efeitos benéficos da prática, pensando do metabolismo a perda de peso, principalmente de gordura, continuam os mesmos.
“Imagine que no nosso corpo todos os dias células se replicam, morrem, renascem. Esse processo fica defeituoso com o envelhecimento e essas células são o que gera os processos degenerativos. A autofagia nada mais é do que a eliminação dessas células defeituosas, para que se previna os processos do envelhecimento”, exemplifica a profissional.
É seguro?
A nutróloga Maira Sampaio ressalta que o consumo exclusivo de água e café (sem açúcar) durante o jejum de 36 horas pode afetar os níveis de energia, concentração e bem-estar mental de diferentes maneiras. Enquanto a água ajuda a manter a hidratação e pode diminuir a sensação de fome, o café pode fornecer um impulso temporário de energia devido à cafeína, mas também aumentar a irritabilidade e a ansiedade em algumas pessoas.
“Períodos prolongados de jejum podem apresentar riscos e efeitos colaterais, como desequilíbrios nutricionais, perda muscular, desidratação e problemas de saúde a longo prazo. Recomenda-se sempre consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tipo de jejum prolongado”, alerta a especialista.
Liliane Oppermann destaca que essa prática jamais deve ser iniciada por alguém que nunca fez sequer 16 horas de jejum. A nutróloga salienta que essa dieta não é indicada a todos os tipos de pessoas e mesmo as que podem fazer, precisam fazer com acompanhamento pois o risco de hipoglicemia e fadiga é grande.
“O único jejum extremamente seguro que pode ser indicado a qualquer pessoa, mesmo sem nenhum tipo de acompanhamento, é o de 12 horas", pontua.
Contraindicações:
- Pessoas diabéticas que fazem uso de medicamentos hipoglicemiantes;
- Pessoas com problemas cardíacos, principalmente as que fazem uso de diuréticos, sofrem risco de sofre distúrbios hidro-eletrolíticos ;
- Pessoas com transtornos alimentares podem piorar ou desencadear compulsão alimentar, hipopotassemia e até desnutrição.