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5 atividades para facilitar o ensino de libras na educação infantil

Atividades lúdicas que envolvem a língua de sinais estimulam o desenvolvimento de crianças surdas

24 abr 2024 - 14h31
(atualizado às 16h26)
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ODia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, a Libras, é comemorado em 24 de abril. Foi nessa data, no ano de 2002, que a Lei 10.436 reconheceu a referida língua como meio legal de comunicação e expressão. No entanto, o reconhecimento legal da libras ainda não garantiu o acesso das crianças surdas a ela. São muitos os surdos que vivem situação de privação linguística em casa, na família e, muitas vezes, até na escola. Aproveito a ocasião para falar sobre a questão em relação à educação infantil, que se refere a uma etapa importantíssima da educação básica. 

Atividades lúdicas ajudam a ensinar libras para crianças
Atividades lúdicas ajudam a ensinar libras para crianças
Foto: wavebreakmedia | Shutterstock / Portal EdiCase

Língua de sinais na educação infantil

Nessa etapa da educação, as crianças têm a oportunidade de se desenvolver social, cultural, psicológica, linguística e pedagogicamente na troca com pares infantis e adultos, por meio de experiências de leitura do mundo, de si e do outro. Esse processo educativo é vivido de forma concreta e tem na brincadeira, no faz de conta, a possibilidade de propiciar às crianças a experiência de situações pedagogicamente ricas, a construção de identidades e, no caso das surdas, de forma especial, a aquisição linguística, tão importante para o desenvolvimento do pensamento. 

Contudo, embora a escola se configure, para muitas crianças surdas, como um lugar privilegiado para apropriação e reflexão sobre a língua, compete lembrar que ela sozinha não dá conta. A língua é viva e contextual, de modo que a fruição e comunicação em língua de sinais nos variados espaços sociais se trata de algo de suma importância para as crianças. Responsáveis, nesse processo/desafio, têm uma grande responsabilidade.

Por isso, a seguir, confira algumas sugestões de atividades com crianças surdas, visando à aquisição linguística e à construção identitária. Algumas, em especial, podem ser desenvolvidas pelas famílias em casa e favorecer o desenvolvimento infantil!

1. Vocabulário em língua de sinais - frutas 

A maioria das crianças surdas brasileiras são filhas de pais ouvintes que não sabem língua de sinais. Nesse sentido, a escola, além de lugar de ensino de saberes e produções culturais, é espaço privilegiado para a aquisição/ construção da linguagem. A aprendizagem da Libras é importantíssima, pois é por meio dela que as crianças surdas constroem conceitos, argumentam e outros. Trabalhar com a Libras é responsabilidade de todos.

Uma forma divertida e simples de abordar as frutas em Libras na educação infantil é a preparação de uma salada de frutas com as crianças. Para tal, você vai precisar de:

  • Banana;
  • Maçã;
  • Uva;
  • Laranja;

Passo a passo:

  1. Conversar com as crianças sobre frutas. Elas sabem o que são frutas? De onde vêm as frutas? Nesse momento, seria interessante mostrar imagens de frutas; observação: conversar com as crianças, em Libras, é importante, pois só por meio do contato com a língua é que elas podem se apropriar dela.
  1. Mostrar vídeo do ciclo do vegetal, a fim de que as crianças vejam como nascem as frutas;
  2. Circular as frutas para as crianças tocarem, verem etc. Antes desse momento, importante terem lavado as mãos;
  3. Após conversarem e manusearem as frutas, o professor/tutor poderá preparar a salada de frutas com a turma. Importante cuidado especial com a faca, que deve ser sem ponta e ficar longe do alcance das crianças. Uma dica é fotografar o processo, para depois criar um mural com as crianças sobre a experiência vivida e com a foto delas com as frutas e os sinais de cada uma.

2. Vocabulário em libras - cores

Algo importante a ser considerado na educação infantil, com crianças ouvintes e, sobretudo, com surdas, se trata da continuidade. As crianças precisam desse processo para construir seus percursos formativos de modo mais efetivo. Por isso, uma atividade ou ação pedagógica não deve ser realizada e logo esquecida. A fim de exemplificar possibilidades deste movimento, esta proposta pode ser desdobramento da anterior, sobre as frutas. Nesse caso, o professor precisará de:

  • Imagens de frutas;
  • Ficha com cores e seus sinais (os sinais das frutas podem ser facilmente baixados na internet).

Considerando que a brincadeira é eixo estruturante da prática pedagógica na educação infantil, a proposta visa que as crianças possam brincar. O professor pode apresentar as imagens das frutas na roda de conversa, remetendo-se à experiência da salada de frutas. Pode retomar os sinais das frutas e perguntar por suas cores. Após este momento, pode brincar com as crianças de jogo da memória: apresenta uma imagem de fruta e elas têm de levantar a ficha da respectiva fruta.

Reconhecer partes do corpo é um aprendizado importante
Reconhecer partes do corpo é um aprendizado importante
Foto: Ground Picture | Shutterstock / Portal EdiCase

3. Reconhecimento de partes do corpo e vocabulário em libras

Conhecer o próprio corpo se configura, sem dúvidas, como uma aprendizagem importante. Para fazer isso de forma lúdica com as crianças, você precisará de:

  • Papel grande;
  • Tinta guache;
  • Canetinha.

Passo a passo:

  • Roda de conversa sobre o corpo com as crianças (elas conhecem seu corpo? E suas partes?);
  • Desenho da silhueta das crianças no papel;
  • Pintura da silhueta.

Trata-se de uma atividade lúdica e interativa, que pressupõe conversação ou comunicação constante com as crianças. Levar um boneco grande para a roda, a fim de explorar as partes dos corpos de modo visual, é interessante. O professor pode utilizar o próprio corpo como exemplo e pedir que as crianças façam o mesmo. Esse momento deflagra uma brincadeira que as crianças adoram: o professor sinaliza e elas têm de tocar na parte correspondente do corpo.

Após este momento, o profissional solicita que as crianças deitem no chão, sobre o papel, e contornem suas silhuetas; depois, que conversem sobre o desenho e as partes do corpo. Por fim, tendo preparado a tinta guache e os rolinhos, pinta a mão das crianças para preencher suas silhuetas.

4. Jogando, contando e somando

A construção do pensamento e da lógica matemática é importante para o pensamento crítico do estudante. A criança pode aprender os números e as respectivas quantidades de modo lúdico e interativo. Para essa atividade, você vai usar:

  • Pote de sorvete grande vazio;
  • Bolinha pequena (tamanho de beisebol) de plástico ou papel;
  • Lápis ou caneta;
  • Folha de papel ou caderno.

Passo a passo:

Comece montando o cenário do jogo com as crianças. A partir do pote, que servirá de cesto, posicionado em um ponto no chão, deve-se contar alguns passos (dependem do tamanho do espaço disponível) e marcar no chão, com fita, a posição que as crianças devem tomar, para tentar acertar a cesta. Lembre: a marcação deve estar posicionada em oposição ao cesto, formando uma linha reta.

Organizadas por tamanho ou algum outro critério definido com as crianças, cada uma terá oportunidade de jogar a bola para tentar acertar o cesto. Cada acerto precisa ser registrado e, no final do jogo, o total de pontos de cada participante deverá ser somado.

5. Organizando os brinquedos, aprendendo quantidade e vocabulário

Ainda no sentido de ajudar as crianças, ludicamente, na construção da ideia de quantidade, uma atividade simples, que pode ser realizada tanto na escola quanto em casa, se refere ao inventário. Ele consiste no levantamento de itens existentes de uma determinada coisa. Por exemplo, o responsável ou a professora pode inventariar os brinquedos que a criança possui. Repare que esta atividade envolve: contagem (ideia de quantidade - 1 carrinho, 2 bonecos), vocabulário em libras (como se chama cada objeto), cores (dos objetos) e outros.

Por Tiago Ribeiro

Professor e orientador pedagógico da Educação de Jovens e Adultos do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Autor, com Aline Gomes da Silva, do livro "Leitura e escrita na educação de surdos"(Wak Editora).

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