5 mitos e verdades sobre a doação de sangue
Médico esclarece as principais dúvidas e explica como essa atitude pode salvar vidas
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), cerca de 1,4% da população brasileira doa sangue, o equivalente a 14 pessoas a cada mil habitantes. No país, mais de 3,1 milhões de doações são realizadas anualmente no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo os últimos dados divulgados, em 2022. Junho, no Brasil, é marcado pela campanha "Junho Vermelho" e, no dia 14, é celebrado o "Dia Mundial do Doador de Sangue", iniciativas focadas na conscientização da população sobre a importância deste gesto.
Seja por motivos relacionados a acidentes ou doenças como anemia falciforme, doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue; talassemia, outro tipo de anemia hereditária que gera um defeito na síntese de hemoglobina; mielodisplasia, doença que afeta a medula óssea; e cânceres como leucemia, a transfusão sanguínea é um recurso valioso para salvar vidas e cada doação pode salvar até quatro pessoas.
"Vários tratamentos dependem de componentes presentes no sangue, mas poucos podem ser fabricados artificialmente, como algumas proteínas. A maioria precisa ser obtida por processamento do próprio sangue humano, como as hemácias, por vezes necessárias para o tratamento de algumas anemias, e as plaquetas, que evitam sangramentos descontrolados e são utilizadas como apoio no tratamento de leucemias, por exemplo", explica o médico Dr. Thales Gouveia Limeira, profissional da área de Hematologia e Patologia Clínica do AmorSaúde (rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS).
A seguir, o especialista esclarece algumas das dúvidas mais comuns sobre a doação de sangue. Confira!
1. O sangue doado faz falta para o organismo do doador?
Mito. O volume de sangue coletado é baseado no peso e na altura do doador e, em média, são retirados apenas 450 ml. O organismo repõe todo o volume de sangue doado nas primeiras 24 horas após a doação.
2. Algumas tipagens sanguíneas são mais requisitadas?
Mito. "Qualquer tipo de sangue deve ser doado. Há alguns tipos de sangue mais frequentes entre os doadores, mas a frequência é a mesma entre os que precisam de sangue. Não se deve doar sangue pelo tipo (a não ser que tenha sido solicitado um tipo específico), pois qualquer sangue será aceito, desde que cumpridos os critérios de avaliação da saúde do doador", explica o Dr. Thales Gouveia Limeira.
3. O doador não tem risco de contágio de doenças?
Verdade. Todo o material utilizado na coleta do sangue é descartável, não há contato com o sangue de outra pessoa.
4. Mulheres não podem doar sangue durante a menstruação?
Mito. A perda de sangue durante a menstruação é prevista pelo corpo da mulher e seu organismo está pronto para fazer a reposição necessária. De acordo com informações da Fiocruz, em cada doação de sangue são coletados apenas 10% do total de volume sanguíneo, e a doação de sangue durante o período menstrual não apresenta nenhum risco à saúde.
5. Quem tem tatuagem não pode doar sangue?
Mito. Pessoas que fizeram tatuagem, maquiagem definitiva ou processos com perfuração da pele, precisam aguardar 12 meses para voltar a doar sangue. Mas, depois desse período, podem fazer a doação.