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6 dicas para evitar a superproteção das crianças com deficiência

Confira estratégias para ajudar no desenvolvimento e na autonomia dos pequenos

31 jul 2024 - 15h11
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A superproteção de filhos com deficiência, de modo excessivo, pode ter efeitos negativos no desenvolvimento dessas crianças, na inclusão social e escolar e na integração com os colegas da escola, impedindo que todos aprendam com a diversidade. Isso também prejudica a autonomia dessas crianças.

A superproteção pode ter influência no desenvolvimento das crianças com deficiência
A superproteção pode ter influência no desenvolvimento das crianças com deficiência
Foto: LightField Studios | Shutterstock / Portal EdiCase

Impactos da superproteção na inclusão social e escolar

Quando os pais ou educadores intervêm excessivamente, as oportunidades de socialização natural são reduzidas. Em muitos casos, a superproteção impede que crianças com deficiência se envolvam em atividades com seus amigos e colegas, limitando suas interações e, consequentemente, o desenvolvimento de habilidades sociais importantes. Por exemplo, em uma atividade de grupo, a presença constante de um adulto pode inibir a participação ativa da criança, fazendo com que as demais crianças também a vejam como diferente e não parte do grupo.

A superproteção pode levar à estigmatização, fazendo com que as crianças se sintam diferentes e isoladas. Quando os outros alunos percebem que uma criança está sendo constantemente vigiada ou auxiliada, pode haver um afastamento, alimentando a sensação de isolamento e diferença. Há o risco de se criar um ciclo vicioso em que a criança se vê cada vez mais dependente dos adultos e menos integrada ao grupo. A longo prazo, essa estigmatização pode afetar a autoestima e a percepção que a criança tem de si mesma.

Desenvolvimento de habilidades e da autonomia

Crianças superprotegidas podem não desenvolver habilidades de resolução de problemas e de independência. A falta de oportunidades para enfrentar desafios por conta própria, leva a uma dependência excessiva dos adultos. Por exemplo, uma criança que não é incentivada a tentar resolver um problema simples, como amarrar seus sapatos ou organizar seu material escolar, crescerá sem essas habilidades essenciais.

A autonomia é crucial para o desenvolvimento de qualquer criança. Quando uma criança com deficiência é superprotegida, ela perde a chance de aprender a cuidar de si mesma e a tomar decisões importantes para a própria vida. A falta de autonomia prejudicará a capacidade da criança de lidar com frustrações e de desenvolver resiliência, afetando negativamente seu desempenho acadêmico e social, já que a autoconfiança e a independência são fatores importantes para o sucesso em ambos os campos.

Importância de um ambiente inclusivo

Um ambiente escolar inclusivo é benéfico para todos os alunos, não apenas para aqueles com deficiência. A diversidade promove empatia, compreensão e respeito entre os alunos. Quando todas as crianças, independentemente de suas habilidades, são incluídas e encorajadas a participar das atividades escolares, todos os alunos têm a oportunidade de aprender com as diferenças uns dos outros.

A diversidade é benéfica para todas as crianças

A interação com crianças com deficiência pode ensinar a todos os alunos sobre diversidade, paciência e cooperação. Por exemplo, trabalhar em um projeto de grupo com um colega que tem uma deficiência ajudará os alunos a desenvolver habilidades de comunicação e trabalho em equipe, além de promover a empatia. A superproteção limita essas valiosas lições de vida, privando tanto a criança com deficiência quanto seus colegas dessas experiências enriquecedoras.

Ajudar em pequenas tarefas diárias ajuda no desenvolvimento da independência das crianças
Ajudar em pequenas tarefas diárias ajuda no desenvolvimento da independência das crianças
Foto: Rawpixel.com | Shutterstock / Portal EdiCase

Estratégias para evitar a superproteção

O jornalista, psicólogo e psicanalista Emílio Figueira, escritor dos livros 'Psicologia e Inclusão' e 'As pessoas com deficiência na história do Brasil', dá dicas de como evitar a superproteção das crianças com deficiência. Confira!

1. Promova a independência 

Incentivar a criança a tomar decisões e a cuidar de si mesma, de acordo com suas capacidades, é fundamental. Pequenas tarefas diárias são boas formas de começar. Por exemplo, permitir que a criança escolha suas roupas, organize seu material escolar ou participe da preparação de refeições pode ser um bom ponto de partida.

2. Treinamento de habilidades

Oferecer oportunidades para que a criança desenvolva habilidades práticas e sociais é crucial. Programas de habilidades para a vida podem ser implementados tanto em casa quanto na escola, ajudando a criança a aprender a resolver conflitos, colaborar com os colegas e cuidar de suas próprias necessidades.

3. Envolver a criança nas decisões

Sempre que possível, envolver a criança nas decisões que afetam sua vida escolar e social ajuda a desenvolver a confiança e a responsabilidade, incluindo desde decisões simples, como qual atividade participar, até decisões mais complexas, como a escolha de matérias optativas ou a participação em programas extracurriculares.

4. Parceria com educadores

Trabalhar em conjunto com os educadores para criar um plano de apoio que equilibre proteção e independência é essencial. A comunicação aberta entre pais e escola é crucial. Reuniões regulares e feedback constante podem ajudar a ajustar estratégias e garantir que a criança esteja recebendo o apoio necessário sem comprometer sua autonomia.

5. Sensibilização na escola 

Promover programas de sensibilização e educação sobre a importância da inclusão e da diversidade ajudam a reduzir preconceitos e promover um ambiente mais acolhedor. Palestras e atividades de integração são úteis para educar tanto alunos quanto educadores sobre a importância de um ambiente inclusivo.

6. Atividades inclusivas

Incentivar atividades que promovam a inclusão e a participação de todos os alunos, valorizando as habilidades e contribuições de cada criança, é fundamental. Isso inclui esportes adaptados, clubes de interesse comum e projetos colaborativos que envolvam todos os alunos de maneira equitativa.

Por Emílio Figueira

Jornalista, psicólogo, psicanalista e escritor, com 41 anos de experiência na área da inclusão. Autor, dentre outros, dos livros "Psicologia e inclusão" e "As pessoas com deficiência na história do Brasil". 

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