6 mitos e verdades sobre o HPV e a vacinação
Especialista explica sobre as formas de infecção e a importância da prevenção
O papilomavírus humano, também conhecido por HPV, é um vírus que pode ser transmitido por via sexual e atingir pele e mucosas de homens e mulheres. Por isso, a vacinação contra ele - inclusive, antes de iniciar a vida sexual - é fundamental para evitar complicações futuras e reduzir a incidência do câncer no colo do útero.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse é o tumor mais frequente e é a quarta causa de morte de mulheres no Brasil. No entanto, a infectologista e diretora médica do Grupo Alliança, Dra. Lorena Faro, explica que o vírus do HPV também está relacionado a outros tipos de câncer, como de vagina, vulva, ânus e pênis.
A seguir, a especialista esclarece as principais dúvidas sobre a vacinação e a doença. Confira!
1. Só se contrai HPV por meio de relações sexuais
MITO. Mesmo sem haver relação com penetração, o HPV pode ser transmitido também através do contato de região pubiana com lesão, por exemplo, com uma verruga genital. As formas de transmissão do vírus incluem qualquer tipo de contato íntimo.
2. Quem já teve HPV precisa se vacinar
VERDADE. O paciente que já teve a doença pode e deve se vacinar. A Dra. Lorena Faro ressalta que, muitas vezes, não se sabe qual o tipo do vírus afetou o paciente; por isso, é importante tomar a vacina para estar protegido com anticorpos contra outros subtipos, que também podem causar câncer.
"Nossa recomendação é que todos tomem a vacina quanto antes, para poderem gerar uma melhor resposta imune para produção de anticorpos. Essa é a forma mais eficaz para prevenir o câncer e as verrugas genitais, pois o uso do preservativo por si só pode não ser capaz de proteger contra a doença", explica.
3. A vacina do HPV é apenas para meninas e mulheres
MITO. De acordo com a infectologista, esse é um ponto importante, já que muitos homens não têm esse cuidado e prevenção. "A vacina HPV Quadrivalente é indicada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos e meninos e homens de 9 a 26 anos. Fora dessa faixa de idade, é possível se vacinar com prescrição médica", explica Dra. Lorena Faro.
Segundo ela, nos postos de saúde, o imunizante é fornecido até os 14 anos. Na rede particular, ele está disponível para os demais casos, com a aplicação de duas ou três doses, de acordo com a faixa etária.
4. A vacina do HPV estimula a vida sexual das mulheres
MITO. A vacinação contra o HPV não tem nenhuma relação com o incentivo à atividade sexual. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), diversas pesquisas já mostraram que adolescentes imunizados contra o vírus não são mais propensos a começar a vida sexual precocemente do que aqueles não vacinados. Para a infectologista Dra. Lorena Faro, a aplicação da vacina não seria uma forma de incentivo, mas de proteção e segurança para esses jovens.
"A vacina é um imunizante seguro, com grande eficácia e poucos efeitos colaterais observados, como eventual dor e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça, febre. E é importante lembrar que, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), tirando o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás apenas do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres no Brasil relacionada à doença. A vacinação é muito importante para evitar a doença", aponta.
5. O paciente sabe que tem HPV ao verificar feridas na região genital
MITO. A infectologista afirma que a doença pode ser subclínica, ou seja, sem lesões, verrugas ou outros aspectos perceptíveis a olho nu. Dessa forma, ela reforça a importância da consulta de rotina ao médico para a realização de exames preventivos, entre eles o papanicolau.
6. Há opções de tratamento para a doença
VERDADE. Não existe um tratamento específico para o vírus em si, pois o próprio sistema imunológico costuma eliminá-lo. No entanto, há tratamento para as lesões, dependendo do tipo e da gravidade da infecção, sendo que as principais opções incluem o uso de medicamentos tópicos, laser e cirurgia de alta frequência com utilização de um bisturi elétrico (CAF/ LEEP), assim como o monitoramento das lesões.
"Muitas vezes antes de decidir qual a opção de tratamento, pode ser necessário realizar exames complementares como colposcopia, vulvoscopia e biopsias", complementa a Dra. Lorena Faro. Ainda segundo ela, as lesões podem voltar ou aparecer novas, causadas por diferentes subtipos; por isso, é essencial esse acompanhamento do ginecologista e o rastreio.
Por Amanda Carvalho