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640 milhões de pessoas devem ter diabetes até 2030; saiba os sintomas

International Diabetes Federation estima que pelo menos 1 em cada 10 pessoas tenham diabetes até 2030. Conheça os sinais da doença

26 jun 2023 - 08h01
(atualizado às 17h14)
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Hoje (26/06) é o Dia Nacional do Diabetes, doença que deve atingir mais de 640 milhões de pessoas até 2030, estima o Atlas da International Diabetes Federation. O número representa 11,3% de toda a população mundial, ou mais de 1 em cada 10 pessoas. No entanto, caso as tendências continuem, em 2045 esse total saltará para 12,2%, o equivalente a 783 milhões de pessoas. No Brasil, estima-se que existam 15,7 milhões de pessoas com diabetes, sendo que 5 milhões não sabem que têm a doença - isto é, 30% do total.

O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz. Embora tenha tratamento simples e disponível na rede pública brasileira, a doença ainda mata uma pessoa a cada 5 segundos no mundo.

Diferentes tipos de diabetes

Existem vários tipos de diabetes: tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional e outras. O tipo 1 acomete de 5% a 10% das pessoas com a doença e não tem prevenção. Ela se manifesta principalmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos. Seu tratamento envolve medicamentos.

Já o diabetes tipo 2 é uma doença atrelada a maus hábitos alimentares e é o mais comum. Está ligada a idade avançada, obesidade, histórico familiar, sedentarismo, raça ou etnia. Em adultos, acomete de 90% a 95% dos casos diagnosticados. Acontece quando o organismo não consegue produzir insulina suficiente para controlar a glicemia naturalmente ou as células não conseguem mais usar de maneira adequada sua produção. 

A diabetes gestacional, por sua vez, é uma forma de intolerância à glicose diagnosticada durante a gravidez, afeta cerca de 4% de todas as mulheres grávidas, mas não significa que ela terá a doença após o parto. Outros tipos de diabetes, porém, resultam de condições genéticas, cirurgias, medicamentos, infecções e outras doenças e representam de 1% a 5% dos casos.

Sintomas

Dentre os sintomas da doença estão:

  • Perda inexplicável de peso;
  • Muita fome;
  • Vontade frequente de ir ao banheiro;
  • Sede excessiva;
  • Mudanças na visão;
  • Dormência nas mãos ou pés;
  • Ressecamento da pele;
  • Cicatrização lenta de feridas, entre outros.

Fatores de risco

"Entre os fatores de risco para o tipo 2 estão o sobrepeso e a obesidade. Por isso, mudanças no estilo de vida, como bons hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos, podem auxiliar na prevenção ao diabetes. Entretanto, uma vez diagnosticada, a doença exige tratamento e acompanhamento médico regular, ou pode trazer sérias consequências", explica João Eduardo Salles, endocrinologista vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Os demais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes são:

  • Histórico familiar, como parentes de primeiro grau com diabetes;
  • Sedentarismo;
  • Hipertensão;
  • Doenças do coração;
  • Mulheres que tiveram diabetes gestacional;
  • Mulheres com SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos).

Diagnóstico e consequências da diabetes

"O diagnóstico precoce é capaz de mudar o desfecho da doença para os pacientes ou mesmo impedir que um paciente diagnosticado com pré-diabetes desenvolva o diabetes", reforça o endocrinologista. O pré-diabetes é caracterizado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não elevados o suficiente para caracterizar o diabetes tipo 2.

Sem o diagnóstico, a doença se agrava silenciosamente e pode causar distúrbios micro e macrovasculares. Entre as consequências estão:

  • Retinopatia, complicação que ocorre quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos sanguíneos dentro da retina; 
  • Nefropatia, alteração nos vasos sanguíneos dos rins;
  • Doença cerebrovascular;
  • Doença arterial periférica. 

Além disso, a diabetes também contribui para agravamentos no sistema musculoesquelético, no sistema digestório, na função cognitiva e na saúde mental, sendo associado também a diversos tipos de câncer. Segundo o médico cardiologista Dr. Rizzieri Gomes, a doença ainda pode levar à cegueira, amputações de membros e morte prematura. 

"Precisamos entender que essa patologia é grave. Para tratar a diabetes é necessário uso de medicamentos, que ajudarão no controle da glicemia. Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável aumenta a eficácia dos medicamentos e permite que o paciente viva com qualidade", explica o médico.

Tratamento

"Apesar de desconhecida a causa da diabetes, sabe-se que hábitos saudáveis como alimentação balanceada, atividades físicas frequentes, sono adequado, redução do estresse e lazer são essenciais para seu controle. Evitar a ingestão de álcool e o tabagismo também ajudam muito para que não se desenvolva o diabetes tipo 2, o mais comum", destaca o cardiologista.

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Foto: Shutterstock / Saúde em Dia
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