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7 dúvidas comuns sobre doação de rins

Médica explica tudo o que você precisa saber sobre esse procedimento que pode salvar vidas

6 set 2023 - 14h02
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Setembro é considerado o "Mês da Conscientização da Doação de Órgãos". Trata-se de um ato que, segundo o Ministério da Saúde (MS), consiste na retirada de órgãos e tecidos de uma pessoa viva ou falecida para serem utilizados no tratamento de outras pessoas. É o caso da doação de rins, uma cirurgia em que o paciente receptor recebe o órgão de um doador para tratar uma doença renal crônica em estágio avançado.

Doação de rins pode devolver saúde para pacientes com doença renal
Doação de rins pode devolver saúde para pacientes com doença renal
Foto: WangXiNa | Shutterstock / Portal EdiCase

"A doença renal crônica consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins. Esses pacientes necessitam de diálise, mas aqueles que recebem um rim doado têm, geralmente, uma maior sobrevida ao longo dos anos. Por esse motivo, a doação de órgãos é uma atitude nobre e deve ser encorajada. E a boa notícia é que as funções renais do doador vivo podem ser realizadas de forma normal por um único rim", explica a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista e intensivista.

Como é feito o transplante renal?

A médica explica que, no transplante renal, o rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é retirado por meio de cirurgia e implantado no paciente, de forma que o órgão passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.

"É claro que toda pessoa que se submete a uma cirurgia e anestesia geral corre riscos, mas estes são minimizados com os exames pré-operatórios e os avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas, que tornaram o procedimento muito seguro", diz a especialista.

No entanto, ela ressalta que alguns cuidados devem ser adotados pelo paciente receptor depois do procedimento. "Após o transplante de rim, os remédios imunossupressores são prescritos para diminuir a chance de rejeição do órgão que ele recebeu. Os pacientes transplantados devem usar medicações durante todo o tempo em que forem transplantados. O abandono da medicação pode ter sérias consequências, como a perda do rim transplantado e outras complicações", explica a médica nefrologista.

Perguntas e respostas sobre a doação de rins

A doação de rins, assim como a dos demais órgãos do corpo humano, ainda é um processo que gera dúvidas no público. Isso porque a técnica é tratada como um tabu, por vezes, por falta de informação e pouca discussão sobre o tema. Para esclarecer o assunto, a Dra. Caroline Reigada responde às 7 principais dúvidas sobre o método:

1. Quem pode ser um doador vivo?

Parentes e não parentes podem ser doadores, mas é necessária uma autorização judicial. Quanto aos critérios necessários para doar, ela ressalta: "A condição necessária para ser um doador vivo é manifestar desejo espontâneo e voluntário de ser doador. É necessário enfatizar que a comercialização de órgão é proibida", destaca a nefrologista.

"Vários exames são feitos pelo doador para se certificar que apresenta rins com bom funcionamento, não possui nenhuma doença que possa ser transmitida ao receptor e que o seu risco de realizar a cirurgia para retirar e doar o rim seja reduzido. O sangue do doador será cruzado com o dos receptores, para evitar riscos de rejeição", explica.

2. Como ocorre a doação de um falecido?

No caso de doadores falecidos, os rins são retirados após se estabelecer o diagnóstico de morte encefálica e após a permissão dos familiares. "O Conselho Federal de Medicina tem padrões rigorosos sobre a definição de morte encefálica", explica a médica. Para receber um rim de doador falecido é necessário estar inscrito na lista única de receptores de rim, da Central de Transplantes do Estado onde será feito o transplante.

3. Quais são as orientações para os doadores?

A vida de quem doa é mais comum do que se pode imaginar. "Não há comprometimento da vida e da saúde, desde que o outro rim continue saudável. Mas orientamos o acompanhamento frequente junto ao médico nefrologista", explica a especialista.

Bebida alcoólica deve ser evitada por doadores de rins
Bebida alcoólica deve ser evitada por doadores de rins
Foto: Vectorium | Shutterstock / Portal EdiCase

4. O doador pode beber?

O doador do rim pode consumir álcool, mas não é algo recomendado. Isso porque o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é maléfico para os rins e pode ser perigoso para o doador e o receptor do órgão.

5. Doadoras podem engravidar?

Não há restrição ou impedimento para as mulheres que doam o rim nesse sentido. "Elas podem engravidar normalmente (não haverá nenhum impedimento). Porém, é importante estar atenta à pressão arterial, buscar evitar a pré-eclâmpsia, diminuir e controlar ao máximo fatores de risco como a diabetes, obesidade etc.", explica.

6. Os doadores precisam tomar remédio após a cirurgia?

Diferentemente do receptor, o doador não precisa tomar medicações contínuas. "Recomendamos apenas remédios para o alívio de dor e desconforto após a cirurgia", diz a profissional.

7. O rim transplantado dura para sempre?

Segundo a Dra. Caroline Reigada, alguns pacientes permanecem com os rins transplantados funcionando por vários anos (mais de 10 anos), mas, em alguns casos, a duração do funcionamento do órgão não é tão longa.

"Características relacionadas ao paciente que recebeu o órgão, como número de transfusões sanguíneas; transplantes anteriores; intercorrências ocorridas no momento do transplante renal e o próprio órgão que foi doado terão impacto na duração do funcionamento do órgão", explica a especialista.

Ainda de acordo com a médica, o rim transplantado também pode ser acometido com algumas doenças que poderão alterar sua função, como:

  • Infecções urinárias;
  • Obstruções na via de saída de urina;
  • Rejeições agudas ou crônicas (nesta situação, o organismo do paciente passa a reconhecer o rim recebido como estranho).

"Cada uma dessas situações tem um tratamento específico e, quanto mais cedo for iniciado, maiores as chances de manter o funcionamento do rim. Bons hábitos de vida são indicados para preservar esse órgão", finaliza a médica.

Por Paula Amoroso

Portal EdiCase
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