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Aborto espontâneo pode afetar emocionalmente o casal

22 jun 2012 - 09h06
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Lidar com uma situação de aborto espontâneo é um desafio para muitos casais. Rachel Meleipe Tardin, psicóloga e terapeuta familiar de Curitiba, conta que essa circunstância pode deixar marcas. "Os casais contemporâneos costumam investir emocionalmente no preparo da gravidez. As expectativas são altas e, com isso, as frustrações são maiores", explica.

Lidar com uma situação de aborto espontâneo pode ser um desafio para muitos casais
Lidar com uma situação de aborto espontâneo pode ser um desafio para muitos casais
Foto: Shutterstock / Especial para Terra


A situação emocional depois da perda pode ser mais sofrida em gestações que já estejam mais amadurecidas. "Quando mais tempo de gravidez, maior a construção que o casal fez da criança. Por vezes, já estão com o enxoval preparado, nome escolhido e até padrinhos definidos. Ou seja, trata-se de um ser que já ocupa um espaço naquela família", exemplifica.



O homem e a mulher podem ter reações distintas em relação à perda. A mulher, na maioria das vezes, fica mais exposta e demonstra mais a dor. "Pelo fato de a gravidez ser no organismo dela, a mudança corporal é sentida de maneira viva", afirma. Já os homens tendem a se fechar e ficar "silenciosos".



Casais que sofrem com abortos habituais

Apesar de ser algo muito sofrido para o casal, a medicina considera o aborto espontâneo um fenômeno normal. Entretanto, existem algumas pessoas que sofrem o chamado aborto habitual - quando a mulher passa por três ou mais situações abortivas. Nesse caso, é preciso recorrer à ajuda médica para diagnosticar o motivo.

A situação de aborto habitual provoca muito sofrimento, tanto para o homem, quanto para a mulher - algo que vai muito além da perda e gera inseguranças. "Fica difícil dimensionar o tamanho do sofrimento que vejo nesses casais. O que percebo são relatos de mulheres que sentem uma incapacidade de segurar e gerar um filho, como se realmente estivessem rejeitando os fetos e embriões. Sentem-se incapazes de conduzir uma gravidez", diz a especialista. "Convivem com uma culpa constante e uma sensação de insegurança quanto à maternidade. Por vezes, podem criar idéias que não são capazes de serem boas mães", relata.

Como superar?

Seja para os casos de abortos espontâneos eventuais, ou os considerados habituais, o conselho da psicóloga para os casais é trabalhar o luto e respeitar a situação. "Um aborto é um vazio que se instala e que necessita de respeito. A situação pode desencadear dores passadas e sentimentos desconhecidos pelas pessoas", conta.

"As reações dependem da história de vida de cada um. A ajuda profissional pode ser fundamental nesse momento." Enfrentar a dor é uma forma de abrir espaço para outros filhos e os futuros projetos do casal, afirma Rachel.

Fonte: Cross Content
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