Acne: saiba como as espinhas aparecem e como tratar
Dermatologista fala sobre técnicas utilizadas com o objetivo de acabar com esse incômodo na pele
O corpo passa por transformações ao longo dos anos, entre elas estão as mudanças hormonais que se modificam na adolescência e naturalmente alteram o tipo de pele, causando o surgimento de acnes, e um dos fatos curiosos é que as espinhas podem aparecer na vida adulta também.
Segundo a Dra. Karla Lessa, médica pós-graduada em dermatologia clínica e cirúrgica, a acne é uma lesão causada pelo aumento da produção de sebo que vem das glândulas sebáceas. "Esse excesso de oleosidade obstrui os poros e aumenta a proliferação de bactérias, o que resulta em cravos e a inflamação deles causa espinha", explica a médica.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia diz que 56% da população convive com o problema depois dos 25 anos, especialmente mulheres. Não é incomum que as espinhas persistam mesmo após os 40 anos de idade, mas a maioria desses casos é porque convivem com esse problema desde antes.
A especialista ressalta ainda que a genética do indivíduo conta bastante com isso. Metade dos pacientes relatam ter algum parente de primeiro grau com acne. "Além disso, as espinhas, muitas vezes, podem se manifestar na gravidez ou estarrecem associadas a algumas alterações hormonas, como síndrome do ovário policístico ou distúrbios da glândula suprarrenal.
Você sabia que a alimentação pode impactar na qualidade da sua pele e provocar o aparecimento da acne?
Quando ingerimos açúcar, a insulina também aumenta no organismo e isso pode estimular a síntese de hormônios androgênicos, como a testosterona, por diversos tecidos do corpo. Esse fenômeno aumenta a liberação de sebo, e, consequentemente, a inflamação da acne", enfatiza.
Dermatologista dá dicas de tratamentos eficazes para acne
A Dra. Karla Lessa destaca que é essencial descobrir a causa antes de iniciar qualquer tratamento. Também é preciso avaliar fatores como uso de produtos e maquiagens, estresse, resposta imunológica e inflamatória do organismo.
"O tratamento varia de acordo com a gravidade, localização das lesões e o tipo de pele de cada paciente, mas de forma geral, é muito importante manter a pele limpa e lavar o rosto com um sabonete indicado pelo seu dermatologista, além de adotar um uso regular de filtro solar", ensina.
O uso das medicações tópicas é outra solução eficiente para combater as espinhas que já nasceram e evitar o nascimento de novas. "A máscara de LED e a luz pulsada , associados ao drug delivery podem em muitos casos tratar a acne inflamatória por meio do controle da produção excessiva de queratina e sebo".
"Quando se trata de cicatrizes e acnes profundas, os métodos recomendados são, radiofrequência, microagulhamento, laser fracionado CO2 e ácido polilático como bioestimulador de colágeno. Manchinhas escuras, por sua vez conseguem ser tratadas, podem ser tratadas com microneedling e peeling químico."
Nos casos em que o quadro não evolui bem com essas técnicas, o tratamento por via oral pode ser a melhor solução. "É possível utilizar antibióticos, e, ao mesmo tempo, manter o tratamento local, com retinoides, peróxido de benzoíla ou ácido azeláico, por exemplo", descreve.
Outra solução é o uso da isotretinoína, medicamento conhecido como roacutan. Segundo Karla, é um tratamento que traz excelentes resultados, contudo, não deve exagerar.
"A substância é derivada da vitamina A e impede a produção de óleo. Assim, diminui a inflamação local e a possibilidade de proliferação bacteriana. Existem alguns efeitos colaterais, porém, são temporários. Dentre eles, podemos citar pele e lábios ressecados e sangramento nasal.
Vale alertar que é fundamental ter o acompanhamento médico durante todo o tratamento.
Consultoria: Dra. Karla Lessa, médica pós-graduada em dermatologia clínica e cirúrgica.