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África Ocidental luta contra ebola, epidemia que já deixou 672 mortos

30 jul 2014 - 09h44
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A África Ocidental mobilizou todos os recursos a seu alcance para tentar conter o surto de ebola, uma epidemia sem precedentes que já infectou 1.201 pessoas, das quais 672 morreram, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Longe de cair, os contágios por ebola aumentam de maneira descontrolada na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria, onde os esforços das autoridades e dos funcionários não conseguiram conter o vírus, para o qual não há vacina nem tratamento específico.

Enquanto isso, o vírus continua se alastrando e já chegou à Nigéria, o país mais povoado da África, onde na quinta-feira passada foi registrada a primeira morte por ebola.

A vítima viajava da Libéria para Lagos de avião e foi ingressada com sintomas de ebola nesta cidade, a mais povoada do país e onde morreu apenas alguns dias depois a causa do vírus.

O caso alertou as autoridades nigerianas, que começaram a tomar medidas em suas fronteiras, como a suspensão das operações da companhia aérea ASKY, na qual viajou a vítima.

Segundo insistiu a Autoridade de Aviação Civil da Nigéria, a medida será efetiva até que a companhia tome ações para "a detecção adequada dos passageiros em todos os pontos de passagem".

Além disso, a maior companhia aérea nigeriana, Arik Air, também decidiu suspender seus voos à Libéria e a Serra Leoa, diante do medo da propagação do vírus.

O diretor do Departamento de Saúde da Nigéria, Jide Idris, afirmou que já foram feitos exames médicos às pessoas que tiveram contato com o falecido, tanto no aeroporto como no hospital onde foi internado, por isso "não há razão para o pânico".

Outros governos afetados também tomaram "rigorosas" medidas em suas passagens fronteiriças, como é o caso da Libéria, onde o vírus já se considera uma "emergência nacional" após provocar 249 contágios e 129 mortos.

O governo liberiano anunciou no domingo o fechamento de algumas de suas fronteiras, com exceção dos aeroportos e outros pontos de entrada importantes que continuarão abertos sob controle das autoridades.

Por isso, a Autoridade Aeroportuária da Libéria aplicará uma nova política de viagens que incluirá a inspeção e a realização de provas a todos os passageiros entrantes e salientes do país.

Mas dentro de suas próprias fronteiras, os países africanos enfrentam outro grande desafio: o número cada vez maior de funcionários de saúde que morre na sua luta contra o vírus.

A última perda foi a de Umar Khan, um dos especialistas mais importantes em Serra Leoa e que morreu ontem em seu país após ser infectado pelo vírus que ele mesmo tentava combater.

O médico, de 39 anos, foi considerado um "herói nacional" após ter tratado mais de 100 pacientes contagiados do ebola.

A Libéria também perdeu por causa do vírus a um de seus médicos mais distintos, Samuel Brisbane, que trabalhava no John F. Kennedy de Monróvia, um dos grandes centros de tratamento e isolamento para doentes de ebola no país.

Segundo as autoridades liberianas, ao todo 15 funcionários da saúde morreram por causa da doença no país.

Essas mortes representam um duro golpe na luta contra a epidemia sem precedentes que assola a África Ocidental desde 22 de março, quando o surto surgiu na Guiné.

Segundo os últimos dados da OMS divulgados no último dia 27, o número de infectados em Guiné sobe para 427, dos quais 319 morreram, enquanto em Serra Leoa foram registrados 525 casos e 224 mortes.

A comunidade internacional já começa a ver a extensão do ebola como um perigo real e o governo britânico realizará hoje uma reunião de emergência para avaliar esta ameaça.

EFE   
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