Alargador de orelha: o que os arrependidos podem fazer?
Filha do cantor Hudson passou por cirurgia de reconstrução no lóbulo da orelha; médica explica como funciona o procedimento
O alargador de orelhas foi moda e febre entre os jovens nos início dos anos 2000, conquistando o público grunge e rock n’ roll. O acessório, como o nome já propõe, alarga os furos das orelhas, oferecendo um visual estiloso e dando personalidade a aparência.
No entanto, a moda esfriou. Muita gente que aderiu ao acessório há décadas já não se identifica mais com o estilo e agora precisa conviver com o lóbulo da orelha rasgado e até ‘caído’, a depender do tamanho do alargador utilizado.
A filha do cantor Hudson, da dupla com Edson, Letícia Higa, compartilhou nas redes sociais que decidiu passar pelo procedimento de reconstrução. Agora, aos 31 anos, sela entia que o estilo vinha impactando em sua vida profissional, pessoal e até na autoestima.
De acordo com a médica membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Patrícia Marques, a lobuloplastia é uma opção para os arrependidos.
O procedimento é uma cirurgia de reparação do lóbulo da orelha, indicada para correção de deformidades causadas, geralmente, pelo uso prolongado de brincos pesados, alargadores, traumatismos e até por alterações congênitas ou envelhecimento.
“Algumas mulheres gostam de usar brincos grandes e pesados, só que com o tempo e de tanto puxar a orelha para baixo, o lóbulo vai caindo. Quando vem a terceira idade, quando naturalmente ocorre a perda da firmeza da pele, isso termina na queda do lóbulo, algumas vezes sutis, outras severas, e traz bastante gente ao consultório incomodada com a situação”, diz a especialista.
A técnica pode variar de acordo com o local e o tipo de deformidade, mas no caso dos alargadores, consiste em reconstruir os lóbulos com o próprio tecido local, removendo a área alargada e promovendo o fechamento com auxílio da pele ao redor.
O desafio, nesses casos, é refazer o formato naturalmente arredondado e simetrizar com o outro lado. “A cirurgia é simples e de curta duração, mas como envolve anatomia, é sempre importante reforçar para as pessoas procurarem um especialista reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”, comenta.
Na maioria dos casos, a lobuloplastia é feita com anestesia local, mas dependendo do caso, pode ser feita com anestesia geral ou sedação, sempre em ambiente hospitalar.
Segundo Patrícia Marques, no pós-operatório, a recomendação é manter a higiene diária dos pontos, evitar exposição solar direta nos primeiros meses e utilizar pomadas apropriadas nas primeiras semanas. Não é recomendado utilizar brincos ou furar a orelha novamente por, pelo menos, 6 meses.
“A orelha é uma parte do corpo que é muito exposta, não tem como cobrir ou dar um jeitinho, então, as pessoas se sentem bem incomodadas mesmo e a cirurgia é uma ótima opção que nem todo mundo conhece para corrigir o problema”, finaliza.