Álcool corta o efeito do anticoncepcional? E do antibiótico?
Discutir a interação entre medicamentos e bebida alcoólica é muito importante
Muita gente faz uso ocasional de certos medicamentos, como antibióticos ou analgésicos, ou até uso regular, como é o caso dos anticoncepcionais. Numa época como o Carnaval, em que as pessoas se encontram para consumir bebidas alcoólicas, fica difícil resistir à tentação. E aí vem a dúvida: será que o tratamento fica comprometido?
Em primeiro lugar, a mensagem mais importante é que ninguém deve interromper o uso de qualquer medicamento para consumir álcool, a não ser que o médico tenha orientado o paciente a fazer isso.
Risco de colocar para fora
O maior problema do consumo de álcool com medicamentos é que, se a pessoa bebe demais, ela corre o risco de ter a mucosa do estômago irritada, o que aumenta as chances de vômito. Assim, se você tomar uma dose de antibiótico ou do anticoncepcional e, logo depois, vomitar, a absorção desse medicamento ou hormônio fica prejudicada. Nesse caso, o tratamento pode ficar comprometido e o ideal é perguntar para o médico responsável pela prescrição se é o caso de tomar uma dose extra.
Outro ponto é que o álcool é metabolizado, ou seja, "digerido" principalmente pelo nosso fígado. Se esse órgão já está sobrecarregado com a metabolização de medicamentos, o metabolismo tanto do álcool quanto do remédio podem ser afetados. Por isso, ao prescrever um tratamento, em geral os médicos orientam o paciente a evitar bebida alcoólica, ou consumir o mínimo possível.
Cuidado com esquecimentos
Com relação ao anticoncepcional, especificamente, se a pessoa não tem vômito ou diarreia, o hormônio não deixa de funcionar na presença do álcool. O maior problema, nesse caso, é o esquecimento. Por isso a recomendação é deixar sempre um alarme no celular, e a cartela na bolsa, para não ficar sem uma dose. E, no caso de haver esquecimento, é bom tomar a pílula assim que se lembrar, e usar um método extra, como a camisinha, para se proteger.