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Álcool, cravo e óleo de citronela: qual o melhor repelente caseiro contra a dengue?

Produtos caseiros não são indicados pela Anvisa para espantar o mosquito da dengue, é recomendado o uso de formulações industrializadas

22 mar 2024 - 18h27
(atualizado às 19h12)
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Receitas de repelente caseiro têm feito muito sucesso na internet por conta da alta no número de casos de dengue. Com ingredientes disponíveis em casa, algumas combinam álcool 70%, cravo-da-índia e óleo corporal, outras utilizam produtos a base de citronela ou andiroba. Supostamente, as misturas espantam o mosquito Aedes aegypti quando passadas na pele.

Mosquito Aedes aegypti
Mosquito Aedes aegypti
Foto: Divulgação/ Fiocruz / Perfil Brasil

Entretanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta: repelentes caseiros não são indicados para espantar o mosquito da dengue. É recomendado o uso de formulações industrializadas que contenham Icaridina 20-25%DEET 10-15% ou IR3535, substâncias que não podem ser manipuladas em casa.

Não há eficácia comprovada

A princípio, uma das adversidades encontradas ao usar as receitas caseiras é a eficácia. Por não existir um padrão nas medidas usadas, não se sabe a duração exata da proteção, nem o modo de uso.

Em entrevista ao g1, o gerente de projetos e estudos da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Vagner Miguel, explica que inseticidas considerados naturais, à base andiroba e óleo de cravo, por exemplo, não possuem uma efetividade comprovada contra o mosquito da dengue. Ele ainda pontua que, nenhum desses produtos é aprovado pela Anvisa e, por isso, devem ser evitados.

Além disso, outro transtorno que os repelentes caseiros pode causar são as reações inesperadas do corpo. Também para o g1, Vânia Rodrigues Leite, professora do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp, explica que "não apenas por conta dos ingredientes, mas muito por conta do modo de fazer. Você não tem a assepsia correta, a dosagem correta, nem a forma certa de preparo".

Todavia, em casos de grupos como gestantes e crianças, que requerem atenção especial, é importante que especialistas sejam consultados para orientações na hora da escolha do melhor produto a ser usado.

O que usar para proteção, além do repelente?

Além da barreira química, a barreira física também é importante na hora de se proteger do mosquito transmissor.  A utilização de telas e mosquiteiros é sempre recomendada. Juntamente com a eliminação dos criadouros do mosquito, que podem ser eliminados por meio da limpeza e remoção de recipientes que acumulam água parada.

Nesse sentido, para complementar a prevenção à doença, uma pesquisa realizada recentemente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), indica que o aroma de plantas e ervas aromáticas interferem nos sensores olfativos do inseto, afastando-o das pessoas.

"Os mosquitos são atraídos por substâncias químicas exaladas pelo nosso corpo, como o dióxido de carbono, durante a respiração", explica Giovani Lucas Miranda, professor de Ciências e Biologia do Colégio Positivo, em entrevista à revista Casa e Jardim. Plantas como sálvia, melissa, citronela, manjericão e lavanda possuem óleos essenciais capazes de confundir o mosquito.

Outro estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), em Santa Catarina, descobriu que as plantas das espécies unha-de-gato, casca d'anta e crisântemo são capazes de repelir ou matar as larvas do Aedes aegypti. De acordo com o estudo, os óleos essenciais extraídos da unha-de-gato e da casca d'anta demonstraram um grande potencial larvicida. Já o extrato do crisântemo apresentou ação repelente.

Vale ressaltar que embora o cultivo dessas plantas possa afastar os mosquitos, essa medida deve ser parte de uma estratégia mais ampla de combate à dengue.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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