Aluno que ficou paraplégico após acidente em academia volta a sentir as pernas
Regilânio da Silva conta que está tendo bons resultados no tratamento e que cada dia tem mais esperança que voltará a andar
O motorista de aplicativo Regilânio da Silva, que ficou paraplégico após ser atingido por um aparelho de musculação, voltou a ter sensibilidade nas pernas, segundo ele relatou ao Terra nesta segunda-feira, 28. O acidente aconteceu em 4 de agosto, em uma academia em Juazeiro do Norte, no Ceará.
Regilânio foi socorrido e conduzido ao hospital, onde recebeu a notícia de que estava paraplégico. Devido à gravidade do caso, ele passou por uma cirurgia que durou cerca de quatro horas, em que foi necessário fixar hastes e parafusos em sua coluna. O motorista passou seis dias internado, até receber alta hospitalar.
"Desde que cheguei do hospital venho sendo acompanhado por uma equipe muito boa de fisioterapeuta, enfermeira e psicóloga. E graças a Deus minha sensibilidade vem voltando a cada dia que passa, que era uma coisa que até os médicos não esperavam até o momento, né, porque foi uma coisa muito rápida", diz ele.
Regilânio faz fisioterapia de segunda a sexta-feira, e alguns dias ele faz duas sessões. "Já a enfermeira vem uma vez na semana e a psicológa também, uma vez na semana", acrescenta.
De acordo com o motorista, antes de passar por procedimento cirúrgico ele só sentia seu corpo do umbigo para cima.
"A sensibilidade começou após a cirurgia, que foi quando comecei a sentir no quadril. E cada dia que passa a sensibilidade foi abaixando mais [em direção à perna] e hoje sinto mais forte na parte da coxa. É uma bênção de Deus", relata.
O motorista tem esperança de que voltará a andar, o que tem como seu maior objetivo agora. "A esperança continua a mesma desde sempre, nunca desisti. E cada dia que passa minha esperança aumenta mais de voltar a andar um dia", revela.
Regilânio agradece ajuda financeira que recebeu
Em entrevista ao Terra, Regilânio agradeceu toda solidariedade que recebeu de diversas pessoas após o acidente. As doações e vakinhas online permitiram que ele conseguisse continuar o tratamento em casa.
"Eu nunca imaginei que teria essa repercussão. As doações e vakinhas que fizeram foi muito importante para mim, porque aqui em casa eu sou o braço e as pernas, e depois do acidente minha vida parou. Até minha esposa, que trabalhava, saiu do emprego para cuidar de mim. Então, as ajudas permitiram ajudar na medicação, que são muita caras, e nos exames que preciso fazer. E também nas reformas da minha casa para melhorar a locomoção [acessibilidade]", diz ele.
Segundo Regilânio, ele está na casa da sogra até que a reforma seja concluída. "Agradeço todos de coração", acrescenta.
Relembre o acidente
Nas imagens, registradas por câmeras de segurança, o Regilânio da Silva aparece sentado na base de um aparelho, quando, poucos segundos depois, o equipamento desaba sobre seus ombros. A vítima é rapidamente socorrida por outros três homens.
A queda do equipamento segue sem explicação. Regilânio disse que já havia utilizado o aparelho para treinar outras vezes, sem nenhum problema ter acontecido. O proprietário da academia alega que a manutenção estava em dia e que trata-se de um aparelho novo.
"Ele já havia recebido as instruções para utilizar a máquina. A máquina é extremamente nova, a manutenção dela estava em dias. Provavelmente a máquina não foi travada corretamente", afirmou Fábio Ferreira.
A Promed, empresa que fabrica o aparelho, afirmou ao Fantástico que todos os seus equipamentos são fabricados dentro dos "mais rigorosos" padrões de qualidade. Sobre o acidente, explicou que a máquina estava funcionando de forma regular, que se solidariza com a vítima e a família, e que se coloca à disposição para outros esclarecimentos.
Regilânio não registrou um boletim de ocorrência sobre o caso, e diz que não tem intenção de entrar na Justiça contra a academia ou a fabricante do equipamento. No momento, seu foco é se recuperar e encontrar um novo emprego.
"Trabalho a gente pode inventar outro meio porque eu não tenho outra profissão, a não ser dirigir porque eu sempre trabalhei viajando. Eu gosto mesmo muito é do mato, da roça. Mas, aí, Deus proverá", disse na época.