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Angelina Jolie revela que passou por dupla mastectomia

14 mai 2013 - 18h58
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A americana Angelina Jolie, uma das atrizes mais famosas do mundo, casada com o ator Brad Pitt, revelou que havia sido submetida a uma dupla mastectomia preventiva para reduzir o risco elevado de câncer.

Em um artigo com o título "Minha opção médica" publicado no jornal New York Times, a atriz de 37 anos explica que decidiu passar pela operação porque tem uma mutação genética que aumenta o risco de câncer.

Em seu caso, a mutação genética, conhecida como BRCA1, representava 87% de chances de desenvolver um câncer de mama e 50% de ser atingida por um câncer de ovário.

A mãe de Angelina Jolie, Marcheline Bertrand, morreu de câncer aos 56 anos.

A atriz agraciada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2000 por seu papel em "Garota Interrompida" é filha do ator Jon Voight, também ganhador de um Oscar.

"Quando soube qual era minha situação, optei pela prevenção para minimizar o risco o máximo possível. Tomei a decisão de me submeter a uma dupla mastectomia preventiva", explica Jolie no artigo.

"Comecei com os seios porque meu risco de ter câncer de mama é maior do que o de ter câncer de ovário, e a operação é mais complexa", afirma.

No dia 27 de abril a atriz concluiu os três meses de preparação para a cirurgia, depois da qual seu risco de ter câncer de mama é de apenas 5%.

Seu marido, o ator americano Brad Pitt, com quem tem três filhos biológicos e três adotados, classificou nesta terça-feira de "absolutamente heroica" a decisão de sua companheira.

"Tendo sido testemunha privilegiada desta decisão, considero a escolha de Angie, assim como a de muitas outras mulheres em sua situação, absolutamente heroica. Agradeço a nossa equipe médica por seus cuidados e por sua atenção", disse o ator e produtor em uma declaração ao jornal britânico Evening Standard.

"O que mais desejo no mundo é que ela tenha uma longa vida com boa saúde comigo e com nossos filhos. É um dia feliz para toda a nossa família", disse o ator, de 49 anos.

Na carta, Jolie diz se sentir muito melhor depois da cirurgia. "Posso dizer a meus filhos que não devem ter medo de me perder por culpa de um câncer de mama", escreve.

Conhecida por ter interpretado a heroína dos jogos eletrônicos Lara Croft no cinema, Angelina Jolie, que nos últimos anos também estreou na direção, explica em detalhes o processo cirúrgico de várias etapas, a principal delas uma operação de oito horas para retirada do tecido mamário e a substituição por implantes temporários.

"Você levanta com tubos de drenagem e extensores nos peitos. Parece uma cena de um filme de ficção científica. Mas alguns dias depois da operação, você pode voltar à vida normal", recorda.

A etapa final do processo implica na reconstrução das mamas com implantes.

"Houve muitos avanços neste procedimento nos últimos anos e os resultados podem ser muito bonitos", indica.

A atriz também ressalta que Pitt foi um grande apoio durante todo o processo.

"Brad esteve no Pink Lotus Breast Center, onde fui tratada, durante cada minuto das cirurgias", afirma Jolie, e "conseguimos encontrar momentos para rir juntos".

"Sabíamos que era o melhor que podíamos fazer para nossa família e que nos uniria ainda mais. E foi assim que aconteceu".

"Pessoalmente não me sinto menos mulher. Eu me sinto mais forte e tomei uma decisão importante que não diminui em nada a minha feminilidade", completa.

Jolie, uma das atrizes mais bem pagas do mundo, lamenta que o teste para detectar a mutação genética BRCA1, assim como a BRCA2, custe mais de 3.000 dólares nos Estados Unidos, "um obstáculo para muitas mulheres".

Também espera que seu caso sirva de exemplo para outras mulheres com risco de câncer. "Se escrevo agora sobre isto é porque espero que outras mulheres possam beneficiar-se de minha experiência".

Kristi Funk, fundadora do Pink Lotus Breast Center, clínica da Califórnia onde Jolie foi tratada, disse que espera que a decisão da atriz ajude a salvar "inúmeras vidas" de mulheres com câncer.

Funk disse que el centro "aplaude as corajosas decisões de Angelina Jolie" em relação ao seu gene mutante.

"Esperamos que a consciência que está gerando em todo o mundo ajude a salvar inúmeras vidas", declarou em um comunicado divulgado no site da clínica, no qual indicou que serão apresentados maiores detalhes do tratamento em seu devido momento.

Várias personalidades americanas, entre elas as cantoras Sheryl Crow e Kylie Minogue, ambas sobreviventes de um câncer de mama, saudaram no Twitter a valentia da atriz "por compartilhar a sua história".

A atriz também foi felicitada por sua coragem e pela "maneira elegante" que como compartilhou sua história pela companheira de profissão Kathy Bates, que também sofreu um câncer de mama e de ovário.

"É uma mulher corajosa", considerou o chanceler britânico, William Hague, que trabalhou nos últimos meses com Jolie, embaixadora da boa-vontade da ONU para os refugiados.

O diretor médico da Sociedade Americana do câncer, Otis Brawley, considerou, no entanto, que embora uma dupla mastectomia preventiva "possa ser a melhor opção para algumas mulheres", elas devem buscar uma segunda opinião antes de se submeterem ao procedimento.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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