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Anvisa bane gordura trans em alimentos industrializados

Regra será implantada em três fases; substâncias estão presentes na formulação de biscoitos, massas instantâneas, margarinas e sorvetes

17 dez 2019 - 15h03
(atualizado às 16h17)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta terça-feira, 17, que aprovou regras para controlar o uso de gorduras trans industriais em alimentos e banir o uso de gordura parcialmente hidrogenada até 2023. A norma deve ser implantada em três fases e o objetivo é evitar o consumo excessivo das gorduras, que estão ligadas ao aparecimento de doenças cardiovasculares.

De acordo com a agência, na primeira fase, será imposto um limite de 2% na presença da gordura trans (ácidos graxos trans industriais) sobre teor de gordura total do alimento, com prazo de adequação até 1º de julho de 2021.

Foto: Reprodução

"Nessa mesma data, entrará em vigor a fase de restrição de gordura trans industrial para os demais alimentos, com a adoção do mesmo limite de 2% de gorduras trans industriais do total de gordura presente nos alimentos em geral, industrializados e comercializados no varejo e atacado", explica a agência.

Na terceira e última fase, será banida a gordura parcialmente industrializada, principal fonte de gordura trans nos alimentos industrializados, a partir de 1º de janeiro de 2023.

As gorduras trans, de acordo com a Anvisa, estão presentes na formulação de biscoitos, massas instantâneas, margarinas, sorvetes, pratos congelados, chocolates e pipoca de micro-ondas. Estudos apontam relação entre o consumo desse tipo de gordura e o aumento do risco de doenças cardiovasculares.

"Desde 1990, porém, evidências científicas apontam para riscos à saúde decorrentes desses ingredientes, como aumento do colesterol ruim (LDL) no organismo e redução do colesterol bom (HDL)", informa a nota da agência.

Ainda segundo a Anvisa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem publicado recomendações para redução do consumo de gorduras trans desde 2004 e, atualmente, 49 países já contam com medidas para restringir a presença da gordura nos alimentos, entre eles: Estados Unidos, Argentina, África do Sul, Canadá e Chile.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) afirmou que a mudança contou com o apoio da entidade e que o setor já vem reduzindo a quantidade de gordura trans nos produtos.

"O setor sabe da importância dessa medida para o consumidor. As empresas associadas da ABIA já vêm, há alguns anos, alterando suas fórmulas com o objetivo de diminuir significativamente o teor de gorduras trans dos alimentos. Portanto, o impacto das novas regras deverá ser mínimo. A indústria brasileira investe consistentemente na inovação de seu portfólio. Já reduziu os teores de gorduras trans e sódio dos alimentos e está em processo a redução de açúcares."

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