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Após reunião, Maia diz que China acelerará venda de insumos

Presidente da Câmara afirmou ainda ter informações de que não houve diálogo entre o governo brasileiro e a embaixada chinesa

20 jan 2021 - 12h16
(atualizado às 12h45)
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Após se reunir com o embaixador chinês, Yang Wanming, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), descartou possíveis obstáculos políticos como motivo para o atraso do envio de insumos para a produção da vacina contra a covid-19 no Brasil. Segundo ele, houve compromisso do representante da China para acelerar os trâmites para a importação das matérias-primas.

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia
03/09/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia 03/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Maia afirmou ainda ter informações de que não houve diálogo entre o governo brasileiro e a embaixada, apesar da iminência de paralisação da vacinação contra covid-19 no País por falta de insumos.

"Ele (Wanming) abriu a conversa já tratando que de forma nenhuma haveria obstáculos políticos para exportação dos insumos da China. Falou da importância da relação do Brasil com a China, do governo de São Paulo. Parabenizou o governador João Doria e o Instituto Butantan, da vacina que já começou a ser utilizada", disse em entrevista a GloboNews. "O embaixador me disse que não havia obstáculo político, havia problema técnico."

Maia pediu a audiência com o embaixador após o Instituto Butantan alertar sobre a possibilidade de paralisação da vacinação contra a covid-19 no País por falta de matéria-prima. A campanha de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China.

A iniciativa de Maia ocorre também após integrantes do governo brasileiro entrarem em conflito com os chineses em outras ocasiões.

Em novembro do ano passado, por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) e classificou como "ofensiva" e "desrepeitosa" a reação da embaixada da China a declarações do filho "Zero Três" do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, Eduardo havia vinculado o governo chinês à "espionagem" por meio da tecnologia 5G, o que provocou protesto dos chineses. Para o Itamaraty, chefiado por Ernesto Araújo, a réplica chinesa criou "fricções desnecessárias" e prejudicou a boa relação entre os países.

Maia admitiu a existência dos ruídos provocados pelo governo brasileiro em relação à China, mas afastou uma possibilidade de retaliação por causa disso.

"Não acredito de forma nenhuma que China vai retaliar produção de vacinas no Brasil", disse. "Sabemos das críticas exageradas e equivocadas do governo brasileiro à China, mas não cabe focarmos nesse problema. Governos são transitórios, o que se espera é que esse governo dure quatro anos no máximo", afirmou. Para Maia, a maioria dos brasileiros sabe da importância da reunião bilateral com China.

O presidente da Câmara disse que os dois conversaram também sobre os insumos para a vacina em produção pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas disse que não tratou sobre datas específicas para o envio dos insumos ao Brasil.

Estadão
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