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Aquecimento global causa depressão, ansiedade e até Alzheimer

Estudo publicado por jornal britânico impressiona com as novas conclusões

3 abr 2024 - 06h50
(atualizado às 09h44)
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Resumo
Estudos recentes vêm mostrando como o aumento das temperaturas e os níveis de CO2 afetam diretamente o cérebro humano, causando problemas de tomada de decisão, memória e desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
Aquecimento global causa depressão, ansiedade e até Alzheimer:

As mudanças climáticas estão afetando diretamente o nosso cérebro. Essa é a conclusão de estudo publicado pelo jornal The Guardian. As evidências vêm de diversas áreas. 

Psicólogos e economistas comportamentais demonstraram como picos de temperatura causam aumentos repentinos de tudo, desde violência doméstica até discurso de ódio online. Neurocientistas cognitivos mapearam as rotas pelas quais o calor extremo e o aumento dos níveis de CO2 prejudicam a tomada de decisão, diminuem a capacidade de resolução de problemas e prejudicam nossa capacidade de aprendizado. 

“Sabemos o que acontece no sistema cardiovascular; sabemos o que acontece no sistema respiratório; sabemos o que acontece no sistema imunológico. Mas não há quase nada sobre neurologia e saúde cerebral”, alerta Burcin Ikiz, neurocientista da organização de saúde mental Baszucki Group.

Ikiz é um dos neurocientistas de um grupo crescente que busca conectar os pontos entre o bem-estar ambiental e neurológico.

Durante uma onda de calor no verão de 2016 em Boston, epidemiologistas de Harvard mostraram que estudantes universitários que moravam em dormitórios sem ar condicionado realizavam testes cognitivos padrão de forma mais lenta do que aqueles que moravam com ar condicionado. 

Em janeiro de 2024, economistas chineses observaram que os alunos que fizeram testes de matemática em dias acima de 32°C pareciam ter perdido o equivalente a um quarto de ano de educação, em relação aos dias de teste na faixa de 22 a 24°C.

Ikiz está particularmente preocupada com os efeitos neurodegenerativos da crise climática. Em parte, porque a exposição prolongada ao calor por si só – incluindo um aumento de apenas um grau centígrado – pode ativar uma série de vias bioquímicas associadas a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. A poluição do ar faz o mesmo. 

Assim, com a queima contínua de combustíveis fósseis, seja por efeitos diretos ou indiretos, vem mais demência. Pesquisadores já demonstraram como as internações hospitalares relacionadas à demência aumentam com a temperatura. O clima mais quente também piora os sintomas da neurodegeneração.

Assista ao vídeo com o comentário de André Forastieri.

Fonte: The Guardian

(*) André Forastieri é jornalista e empreendedor, fundador de Homework e da agência de conteúdo e conexão Compasso, e mentor de profissionais e executivos. Saiba mais em andreforastieri.com.br.

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