Aspirina reduz gordura no fígado em teste conduzido em Harvard
Redução de 10% foi observada sobre acúmulo de gordura no fígado, mas pesquisadores ressaltaram que estudos adicionais são necessários.
Um estudo clínico realizado na American Medical Association (JAMA) mostrou que doses baixas de aspirina reduziram o teor de gordura no fígado em pacientes com doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica (MASLD) em 10,2%, sendo considerado seguro e bem tolerado.
Um estudo clínico publicado na revista médica da American Medical Association (JAMA) conduzido por pesquisadores do Massachusetts General Hospital apontou a aspirina como possível tratamento para a doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica (MASLD).
A esteatose hepática é o acúmulo de gordura entre as células do fígado (hepatócitos). A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica é diagnosticada, na maioria das vezes, em pacientes entre 40 e 60 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Muitos pacientes afetados têm obesidade, diabetes mellitus tipo 2 (ou intolerância à glicose), dislipidemia ou síndrome metabólica.
“A aspirina representa uma opção atraente e potencial de baixo custo para prevenir a progressão para cirrose ou câncer de fígado, as complicações mais temidas da MASLD”, disse Andrew T. Chan, autor do estudo, gastroenterologista e professor da Faculdade de Madicina de Harvard.
Chan e seus colegas testaram o potencial da aspirina porque o medicamento reduz a inflamação e afeta o metabolismo da gordura.
Em seu estudo, 80 adultos com MASLD foram randomizados para receber doses baixas diárias de aspirina ou placebo durante seis meses. No final do estudo, a alteração média no teor de gordura no fígado foi de menos 6,6% com aspirina versus mais 3,6% com placebo, mostrando que doses baixas de aspirina reduziram o teor médio de gordura no fígado em 10,2% em comparação com o placebo. A aspirina foi considerada segura e bem tolerada e também melhorou vários marcadores da saúde do fígado.
“Vários exames não invasivos de sangue e de imagem para gordura hepática, inflamação e fibrose mostraram uma direção semelhante de benefício que favoreceu o tratamento com aspirina”, relatou Tracey G. Simon, hepatologista e instrutora da Faculdade de Medicina.
Os pesquisadores destacaram que estudos adicionais são necessários para determinar se o uso continuado de aspirina pode reduzir o risco dos indivíduos de complicações de saúde a longo prazo associadas ao MASLD.