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Associações ligadas ao comércio discordam da prorrogação da quarentena em SP

Governo do Estado de São Paulo adiou o início da flexibilização do distanciamento social para o dia 31 de maio

8 mai 2020 - 20h02
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A decisão do governo do Estado de São Paulo de adiar o início da flexibilização do distanciamento social para o dia 31 de maio provocou frustração entre os lojistas de shoppings e do comércio de rua, que esperavam a retomada a partir de segunda-feira, dia 11. Os líderes desses dois segmentos disseram que o varejo vai respeitar as medidas, mas esperavam mais equilíbrio entre a saúde e a economia na decisão de retomada das atividades. Além disso, cobram compensações para enfrentar as perdas provocadas pelo prolongamento da quarentena.

"Foi uma injustiça muito grande com o nosso setor", disse o presidente da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun. Segundo ele, os shoppings têm uma condição muito melhor do que os supermercados de cumprir protocolos de segurança exigidos na quarentena. Os shoppings fazem parte de grandes companhias multinacionais que seguem protocolos muito rígidos. Já os supermercados, a maioria, são pequenos. "Você consegue colocar 50 supermercados dentro de um shopping center", calculou Sahyoun, argumentando que os corredores de shoppings são largos e dos supermercados estreitos, onde é possível trombar com as pessoas.

Para ressaltar a injustiça cometida contra o setor que representa, o presidente da Alshop lembrou que o existem na cidade milhares de prédios, onde há zeladores, funcionários de segurança e limpeza transitando entre o trabalho e as suas casas e podem estar eventualmente disseminando o vírus. "Então esse pessoal pode trabalhar e o setor do comércio que hoje está extremamente protegido, não?"

Sahyoun disse que ficou decepcionado com a decisão do governo. "Toda a rigidez é burra. É preciso ter flexibilidade, bom senso e equilíbrio entre economia e saúde." Desde o início da quarentena, os shoppings do Estado de São Paulo deixaram de vender R$ 8 bilhões. Com essa prorrogação, o prejuízo deve aumentar. Por isso, ele cobrou medidas que ajudem aos lojistas atravessarem esse período sem vendas. entre elas estão o adiamento de imposto, como o Imposto de Circulação de mercadorias e Serviços (ICMS), e linhas de crédito mais acessíveis, por exemplo.

Para Alfredo Cotait, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, a decisão do governo provocou um desânimo no setor. "Para a região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, não havia condições de fazer a flexibilização, mas para cidades onde a incidência da doença é menor, sim." Ele representa 420 associações comerciais espalhadas pelo Estado de São Paulo. "Mas vamos aceitar e respeitar o decreto", disse.

No entanto, assim como Sahyoun, Cotait cobrou compensações para atenuar os impactos negativos de falta de faturamento do setor, que é um grande empregador. "Como vamos conseguir sobreviver nesse período?", questionou. Ele acredita que o governo deveria criar contrapartida. Sugeriu que fosse instituído um fundo com recursos de empresas o comércio essencial para bancar as empresas as varejistas do segmento não essência que continuam de portas fechadas. "Um tem que ajudar ao outro, o problema é muito maior."

Estadão
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