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Batata inglesa envelhece a aparência? Versão frita é 87 vezes pior

Arroz e ovo frito também apresentam maiores níveis de produtos finais de glicação avançada do que suas versões cozidas

4 nov 2023 - 06h10
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Foto: Adobe Stock

O açúcar figura entre os principais responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele e, por isso, é tema recorrente dos congressos internacionais de Dermatologia. 

“O consumo excessivo de açúcares e carboidratos desencadeia um processo de glicação, no qual a glicose solta no sangue liga-se às proteínas da pele, formando os AGEs: produtos finais de glicação avançada. Esses AGEs causam uma desordem tecidual, levando à perda da elasticidade da pele, formação de rugas, menor capacidade de cicatrização e aceleração do envelhecimento”, explica a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos. 

No entanto, no Congresso Americano de Dermatologia deste ano, que ocorreu em Nova Orleans, nos Estados Unidos, entre 17 e 21 de março, o tema foi abordado sobre uma nova ótica: o processo de glicação não está relacionado somente ao consumo de açúcar, mas também à maneira como preparamos os alimentos. 

“Um dos principais fatores relacionados à glicação dos alimentos é o método de preparo. Isso porque submeter os alimentos a altas temperaturas, como no caso de frituras de imersão, em um curto espaço de tempo favorece a oxidação e, consequentemente, a formação de AGEs no organismo. Enquanto uma batata cozida apresenta nível ínfimo de AGEs – igual a 1 –, o mesmo alimento frito tem nível de AGEs igual a 87”, diz a farmacêutica.

Temperaturas elevadas dos alimentos

Segundo a especialista, de maneira geral, quanto mais rápido o alimento é submetido a temperaturas elevadas, mais AGEs são produzidos. Para termos uma ideia de como esse processo funciona na prática, estudos apresentados durante o Congresso demonstraram, por exemplo, que o mesmo vale para o arroz, que cozido apresenta nível de AGEs igual a 1 contra 220 quando frito. Ovos cozidos e fritos também apresentam diferentes valores de AGEs: 1 e 62, respectivamente.

É claro que é impossível abandonar de vez certos métodos de preparo, como a fritura, afinal, cada um possui uma finalidade diferente. Mas é recomendado variar os métodos na hora de preparar os alimentos. 

“Sempre que possível, opte por métodos de preparo que formem uma menor quantidade de AGEs, favorecendo alimentos cozidos ou preparados no vapor, por exemplo. Inclusive, estudos sugerem que pessoas de certas culturas têm a aparência mais jovem em idades mais avançadas justamente por priorizarem o preparo à vapor dos alimentos, assim evitando a formação de AGEs”, recomenda Patrícia. 

O preparo da carne

Nesse sentido, um ponto importante é com relação ao preparo da carne, que está entre os principais alimentos que contribuem para o acúmulo de AGEs no organismo. 

“Foi demonstrado que marinar carnes em um meio ácido, como suco de limão ou vinagre, por uma hora antes do preparo é capaz de prevenir a formação de AGEs em 50%”, diz ela.

Mas, visto que a formação de AGEs não acontece apenas durante o preparo dos alimentos, mas também no organismo de acordo com o que consumimos, é fundamental adotar outros cuidados para combater os danos da glicação, inclusive o envelhecimento precoce da pele. 

“É importante limitar o consumo de açúcares simples, carnes e alimentos processados e investir em uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos e alimentos integrais. Além disso, pacientes diabéticos devem manter os níveis glicêmicos sob controle”, diz Patrícia França, que ainda alerta sobre a importância de prestar atenção nos açúcares escondidos que são incorporados em alimentos processados para torná-los mais apetitosos. 

“Sacarose, frutose, glicose, maltodextrina, glucose ou xarope de milho, dextrose, maltose, dextrina, oligossacarídeos, xarope glucose-frutose também são carboidratos simples que devem ter o consumo moderado”, explica.

Açúcar é onipresente

Dada a dieta típica da vida moderna e o fato de o açúcar estar presente de alguma forma na grande maioria dos alimentos, a especialista ainda recomenda a suplementação oral de ativos capazes de combater sistemicamente a glicação, como é o caso do Glycoxil. 

“O Glycoxil é uma carcinina que tem ação antiglicante, por impedir a união da proteína com a molécula de glicose; desglicante, por promover a separação da glicose deixando a proteína livre; e antiglicoxidante, por impedir a formação dos AGEs e sua oxidação”, destaca a gerente científica da Biotec Dermocosméticos. 

Para impedir a glicação diretamente na pele, é recomendado também o uso de cosméticos formulados com ativos que atuem especificamente nesse processo. Felizmente, ingredientes antiglicantes estão sendo cada vez mais incorporados nos cosméticos. Um exemplo de ativo para buscar na formulação dos produtos é o Alistin. 

“O Alistin é um peptídeo com capacidade de proteger a pele em três dimensões: a membrana celular, as proteínas e o DNA. Com poder antioxidante, o que também contribui com a saúde imunológica da pele, o ingrediente atua como antiglicante e desglicante, impedindo que o açúcar se ligue às proteínas e diminuindo a produção de AGEs”, finaliza Patrícia França.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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