Beato millennial morreu há 18 anos e tem corpo exposto: como é feito o processo de conservação?
Igreja explicou que o corpo do garoto foi tratado com técnicas de conservação e integração. Conheça algumas delas
O corpo de Carlo Acutis foi preservado com técnicas de conservação e integração para ser exposto aos fiéis, pois está em condições de veneração dos beatos e santos. Entre as técnicas destacam-se embalsamamento, criopreservação, mumificação e plastinação.
O reconhecimento do papa Francisco sobre o segundo milagre atribuído a devoção a Carlo Acutis aumentou ainda mais a popularidade do beato que morreu aos 15 anos, vítima de leucemia, no dia 12 de outubro de 2006. O corpo de Acutis, que fica exposto em um santuário na cidade italiana de Assis, recebeu centenas de fiéis no último final de semana.
A aparência “perfeita” que os fiéis registram do corpo de Acutis, vestido com jeans e moletom, em uma proteção de vidro, chamou a atenção de internautas nas redes sociais, já que o rapaz morreu há 18 anos.
Com a popularidade das imagens divulgadas, a Diocese de Assis divulgou uma nota oficial informando que quando foi exumado no cemitério de Assis, em 23 de janeiro de 2019, para a sua transferência para o Santuário, Acutis encontrava-se em “estado normal de transformação, típico da condição cadavérica”.
“O corpo foi tratado com aquelas técnicas de conservação e integração habitualmente praticadas para expor com dignidade aos fiéis os corpos à veneração dos beatos e santos”, informou a Diocese.
A nota distribuída explica ainda que a reconstrução do rosto de Carlo foi feita com uma máscara de silicone, mas não especifica qual técnica de conservação foi usada.
Técnicas de conservação e integração
A conservação e integração de um corpo pós-morte envolve diversas técnicas, cada uma com propósitos e métodos específicos. Estas técnicas são aplicadas em contextos como medicina forense, rituais religiosos, conservação histórica, e educação médica.
Em todas elas, deve-se sempre considerar aspectos éticos e legais, respeitando as crenças e desejos dos falecidos e seus familiares, além das regulamentações locais e internacionais sobre o manejo de restos humanos.
As principais técnicas são:
Embalsamamento
A técnica visa preservar o corpo para funerais, estudos anatômicos ou investigação forense. No processo, injeta-se um líquido preservativo (geralmente uma solução de formaldeído) nas artérias do corpo; Aspira-se os líquidos dos órgãos internos e cavidades do corpo, substituindo-os por soluções preservativas e é feita a aplicação de substâncias químicas na superfície do corpo, especialmente em áreas danificadas.
Criopreservação
A criopreservação preserva o corpo, ou partes do corpo, a baixas temperaturas (geralmente entre -156 e −196 °C), na esperança de futuras reanimações ou estudos científicos. Na técnica, o corpo é gradualmente resfriado e armazenado em temperaturas extremamente baixas usando nitrogênio líquido.
Mumificação
A mumificação é um método de preservação de cadáveres que diminui drasticamente a intensidade da decomposição. Geralmente realizado para fins religiosos ou culturais, condições ambientais secas e frias que naturalmente desidratam o corpo ajudam no processo. Também é feita a remoção dos órgãos internos, tratamento com substâncias preservativas e embrulho em linho ou outros materiais.
Plastinação
Nessa técnica, é realizada a remoção dos líquidos corporais e gordura, substituindo-os por polímeros como silicone ou epóxi, que são então endurecidos, buscando preservar corpos ou partes do corpo para estudos anatômicos detalhados.
Dissecação
O procedimento de dissecação remove toda a umidade do corpo para prevenir decomposição, geralmente expondo o corpo a condições extremamente secas ou utilização de agentes dessecantes como sílica gel ou sal.