Saúde social: o que é e como cuidar dela; psicóloga explica
Tema volta ao centro das atenções após período de grande impacto
A vida é formada por um enorme conjunto de atividades, sentimentos e relações, e diferentemente do que muitos podem imaginar, o elo entre todas essas partes é determinante para a qualidade de vida. Você sabe o que é e o que compõe a saúde social?
“O ser humano é um ser social, ou seja, que precisa de socialização com outras pessoas, e a saúde social trata exatamente disso. A manutenção ou criação de relações/laços saudáveis com pessoas, em qualquer âmbito (família, no trabalho, na igreja, amizades de longa data, academia) e do coletivo, sentimento de ‘se sentir parte’ de um todo”, comenta a psicóloga Gabriele de França (CRP 06/161972).
Ao pensar em bem-estar, não é raro que saúde física logo surja como o assunto principal, entretanto, ao refletir sobre qualidade de vida, outros elementos são quase que instantaneamente lembrados. A saúde social é parte da nossa construção como indivíduos que formam um coletivo e, portanto, ela vai refletir em todo o restante, inclusive no bem-estar mental, como revela Gabriele.
“É a partir das relações que podemos ser reconhecidos, amados, receber apoio quando necessário, aprender uns com os outros, rir, e isso tudo faz parte das nossas necessidades psicológicas. Na famosa pirâmide de necessidades de Maslow, é possível ver que a gente precisa de pessoas, de relações para suprir quase tudo que a gente necessita – respeito dos outros e aos outros, confiança, segurança, intimidade, relacionamentos amorosos, familiares, enfim”.
A psicóloga ressalta que a OMS (Organização Mundial da Saúde) define saúde como o estado completo de bem-estar, ou seja, engloba aspectos físico, mental e social. Dessa forma, não se trata apenas da ausência de alguma doença ou enfermidade, e se um dos pilares de saúde não está bem, os demais acabam sendo afetados.
“Quando é o aspecto social que não está sendo atendido, a saúde pode estar em xeque também, o que é super preocupante porque essa pessoa pode manter suas preocupações, emoções retidas, que por sua vez, podem se manifestar no corpo e que quando não é exposto para alguém (seja num ambiente terapêutico ou não), ou trabalhado de alguma forma, com terapias alternativas, vira um sofrimento interno que pode gerar transtornos mentais ou doenças psicossomáticas”, completa.
Quais os sinais de alerta
Gabriele lembra que ao longo do período mais duro da pandemia, as pessoas precisaram evitar o contato, então o fator social foi um pilar extremamente comprometido, e de modo abrupto. Para além desse contexto, a especialista aponta os dois cenários negativos que geralmente indicam que a saúde social precisa de atenção.
“O primeiro é a dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Existe resistência em conversar, uma invalidação de tudo o que outro diz, a impossibilidade de desenvolver vínculos com outras pessoas. E o segundo é o isolamento social de fato, onde a pessoa já não se preocupa ou se importa com o outro ou que por diversos motivos acha que não precisa socializar com outras pessoas para se manter bem, saudável – sendo esse muito atrelado a fatores contribuintes ou consequentes especialmente de um quadro depressivo”.
O resultado de todo esse panorama, como destacou a psicóloga, é um bem-estar afetado em um de seus alicerces, o que de certo modo vai respingar em outras frentes da vida. Por isso, nutrir esse pedaço é indispensável para alcançar não apenas a saúde social, mas o bem-estar pleno.
“Estar com pessoas, seja física ou virtualmente, para conversar, rir, trocar experiências, ir para festas, frequentar lugares com outras pessoas, ajudar em projetos sociais, realizar encontros entre família, telefonemas, mensagens, tudo é válido. O importante é estar com os outros, criar e manter esses vínculos sociais”, enfatiza Gabriele de França.
Conheça o Atma! O app de meditação está disponível para Android e iOS.