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Bolsonaro contradiz os fatos e afirma que nunca se referiu à covid-19 como 'gripezinha'

Presidente também afirmou que não é antivacina e reagiu a ataques de Lula

11 mar 2021 - 21h02
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 11, durante a sua live semanal, que nunca se referiu à covid-19 como uma "gripezinha" nem minimizou a gravidade da doença. "Eu quero aqui, rapidamente, dar uma entrada, em especial àqueles que nos criticam sem qualquer base. 'Ah, o governo abandonou no tratamento ao covid, ah, ele é antivacina, ele falou que era uma gripezinha'. Estou esperando alguém mostrar um áudio ou um vídeo dizendo que era uma gripezinha. Estou esperando", declarou Bolsonaro.

No dia 26 de novembro de 2020, porém, conforme amplamente divulgado pela imprensa nacional e internacional, Bolsonaro chocou a população ao declarar, com todas as letras que, "depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar". Naquele mês, o Brasil já ultrapassava a marca de 160 mil mortos pela doença.

Sem citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro atacou o líder petista e seus ministros quando esteve à frente do Palácio do Planalto. O presidente se referiu a Lula como "o carniça" e "presidiário".

"Aqueles que dizem que sou terraplanista... O carniça, ontem, falou que ele devia procurar o Marcos Pontes, que é nosso ministro de Ciência e Tecnologia, que esteve no espaço, pra ele dizer pra mim que a Terra é redonda. Olha a qualidade do meu ministro da Ciência e Tecnologia e a qualidade dos ministros do presidiário, pra depois começar a discutir", disse Bolsonaro, em tom irônico, enquanto girava um globo terrestre colocado sobre sua mesa.

Os ataques a Lula continuaram. "E não é só a Ciência e Tecnologia. Veja o padrão de todos os ministros meus e daqueles do governo do PT lá atrás. Lá atrás, a especialidade era outra (faz sinal de roubo), com cinco dedos. E nós sabemos pra onde foi o Brasil. Então, essas críticas baratas não procedem", declarou.

Bolsonaro mencionou datas nas quais ele teria mobilizado ações junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela liberação de vacinas. Não mencionou o nome do governador de São Paulo, João Dória, mas o atacou diretamente, sob argumento de que Doria teria feito uso político da situação, "um cara que ficava falando besteira o tempo todo na televisão".

O presidente disse que já está se "acostumando a sofrer e apanhar por tudo que os outros façam ou deixem de fazer" e mandou uma resposta aos governadores, que nesta semana se mobilizaram em um pacto pela isolamento social e cuidados na disseminação da covid-19.

"Um recado aos governadores: todos nós estamos preocupados com a vida, mas uma pessoa sem salário, passando dificuldades e até mesmo com fome, pode levar a óbito", declarou. "O Estado que fecha o comércio tem que pagar o auxílio emergencial também."

Estadão
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