Bolsonaro: "Lamento as 200 mil mortes, mas a vida continua"
Presidente disse que não pode 'entrar na pilha' dos que acham que o País precisa correr para vacinar a população
BRASÍLIA - No dia em que o Brasil alcançou 200 mil mortes registradas em decorrência da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou lamentar as mortes, mas disse que "a vida continua". Na primeira transmissão ao vivo do ano, nesta quinta-feira, 7, ele elogiou a atuação do Ministério da Saúde na pandemia, criticou recomendações para que as pessoas fiquem em casa e disse que não pode "entrar na pilha" dos que acham que o País precisa correr para vacinar a população.
"A nossa segurança é a Anvisa, temos que ter responsabilidade. Não posso entrar na pilha de alguns achando que temos que correr", disse. "Estamos fazendo a coisa certa, com responsabilidade. Não é corrida por eleições que temos pela frente".
A primeira transmissão de 2021 contou com a participação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O chefe da pasta rebateu as críticas de que o Brasil está atrasado na distribuição de vacinas. Mais de 50 países já começaram a oferecer doses do imunizante.
Pazuello minimizou o início da imunização nos demais países dizendo que os números de vacinas aplicadas ainda são "pífios" e que um início com alcance restrito não seria interessante ao Brasil.
"São números pífios de vacinados. Isso, para nós, não seria compatível. Faríamos a população entrar em outra vibe, de que só teríamos um pequeno grupo vacinado", declarou.
Ao finalizar a transmissão, Bolsonaro mencionou a trágica marca de 200 mil mortos. Citou preocupação com a própria mãe, de 93 anos, disse lamentar as perdas, mas ressaltou que a vida precisa continuar.
"A gente lamenta hoje, que estamos batendo 200 mil mortes. Muitas dessas mortes com covid, outras de covid. Não temos uma linha de corte no tocante a isso daí, mas a vida continua. A gente lamenta profundamente. Eu estou preocupado com a minha mãe, que tem 93 anos. Se ela contrair o vírus, vai ter dificuldade pela sua idade, mas é uma... temos que enfrentar. Não adianta continuar, como alguns querem, aquela velha história de 'fique em casa que a economia a gente vê depois'. Isso não vai dar certo. Pode nos levar a condições mais dramáticas que as consequências do vírus. A gente lamenta, mas a vida continua", declarou.