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Bolsonaro nega intenção de privatizar o SUS e ataca imprensa

Decreto que autorizava estudos para abrir as Unidades Básicas de Saúde (UBS) à iniciativa privada foi revogado

29 out 2020 - 12h44
(atualizado às 12h51)
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Depois de revogar o decreto que autorizava estudos para abrir as Unidades Básicas de Saúde (UBS) à iniciativa privada, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 28, que pode reeditar a medida. Para apoiadores, o chefe do Executivo argumentou que a população merece um "bom atendimento médico". Ele voltou a negar que a intenção da proposta fosse privatizar o SUS.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
16/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 16/09/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"O pessoal falou que era privatizar, eu revoguei o decreto. Deixa. Quando tiver o entendimento do que a gente, de verdade, quer fazer, talvez eu reedite o decreto. Enquanto isso, vamos ter mais de 4 mil unidades abandonadas, jogadas no lixo sem atender uma pessoa sequer", declarou.

O presidente citou ter sido alvo de críticas da "esquerda" e da "imprensa" e, por isso, voltou atrás na norma. "Lamentavelmente o pessoal da esquerda critica, essa imprensa critica, e eu estava virando um monstro. Então, eu revoguei o decreto, sem problema nenhum. Eu tenho um bom atendimento médico, agora o povo tem que ter também", argumentou.

Bolsonaro destacou ainda que não pode remanejar recursos do Legislativo para a Saúde e que não era um "ditador". "Aí vem cara assim 'diminua salário do poder Legislativo que tem dinheiro para saúde'. Eu não tenho poder de mexer em salário de servidor do Legislativo. Tem que entender. Ó, querem um ditador? Votaram no cara errado", disse.

Bolsonaro teve a vida salva pela Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, que faz parte da rede SUS
Bolsonaro teve a vida salva pela Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, que faz parte da rede SUS
Foto: Flávio Bolsonaro / Divulgação / Estadão Conteúdo

Alvo de críticas negativas, o decreto revogado nesta quarta-feira era assinado por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O texto incluía unidades de saúde no âmbito de estudo do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), sobre concessões e privatizações do governo.

Estadão
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