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Bolsonaro: Teich avaliará nºs antes de afrouxar isolamento

Presidente também alegou que novo ministro da Saúde não se opõe a prescrever 'droga que tiver que usar' no tratamento do novo coronavírus

20 abr 2020 - 20h20
(atualizado às 21h51)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 20, que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, quer avaliar os números do novo coronavírus no País antes de decidir sobre orientações de flexibilização de medidas de isolamento. As divergências sobre as indicações de distanciamento social e fechamento do comércio foram uma das divergências do presidente com o ex-ministro, Luiz Henrique Mandetta, demitido na semana passada.

Bolsonaro e Teich se reuniram nesta segunda-feira no Palácio do Planalto para um encontro "rápido", segundo o mandatário. "Ele está arrumando nomes para compor o ministério. Ele é uma pessoa bastante equilibrada. Ele quer se inteirar dos números para poder realmente em cima de números concretos traçar uma diretriz para que lado ele vai", disse na chegado ao Palácio da Alvorada.

O presidente destacou que Teich também é economista e, por isso, foi um bom nome para estar na liderança da pasta. Além disso, afirmou que tem apenas uma indicação de composição do corpo técnico que novo titular da Saúde deverá organizar. "Ele vai fazer o ministério dele. Mas assim como todos os ministros, eu tenho poder de veto", ressaltou.

Ele destacou também que o novo ministro é pesquisador e que "não aposta fichas 100% em lugar nenhum", ao se referir ao uso da cloroquina do tratamento da covid-19. "Ele (Teich) acha que a droga que tiver que usar agora - a droga não, remédio - que possa realmente curar ou evitar que a pessoa seja entubada, ele não tem nenhuma oposição a isso aí", afirmou.

Na chegada ao Palácio da Alvorada, quando parou para falar com jornalistas, Bolsonaro também disse que "torce e pede a Deus" que algo de concreto apareça como a solução para o tratamento de pacientes com o novo coronavírus.

"Pode ser que apareça algo melhor que a hidroxi(cloroquina), mas até o momento é uma possibilidade sim, mas tem uma interrogação", disse. As recomendações do uso do medicamento foi amplamente defendido pelo presidente antes de Mandetta. O chefe anterior da Saúde pedia cautela na prescrição do remédio, que ainda não tem eficácia comprovada cientificamente.

Como tem citado frequentemente, Bolsonaro também alegou que 70% da população será contaminada pelo novo coronavírus. "Não adianta ficar fugindo (da realidade)". Questionado sobre o número de mortes pela doença registrado nesta segunda, o presidente desconversou e disse: "eu não sou coveiro".

Segundo o Ministério da Saúde, o País registrou 113 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O número de óbitos chega a 2.575, com índice de letalidade em 6,3%. Já os casos confirmados da doença são no total 40.581.

Bolsonaro defende flexibilização do isolamento no Distrito Federal

Bolsonaro comentou ainda sobre as medidas de flexibilização adotadas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). "Flexibilizou bastante", disse. Ele citou também ter conversado com Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, para analisar a reabertura de colégios militares e cívico-militares a partir de segunda-feira, 27.

Sobre a agenda do dia, Bolsonaro mencionou ter se reunido com o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Também conversei com Paulo Guedes hoje. A intenção nossa é ajudar. Mas ajudar até quando? Os governadores tem que sinalizar também", declarou, mas sem detalhar o que os chefes estaduais precisam indicar para o governo.

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Estadão
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