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Brasil já tem mais de meio milhão de infectados por covid-19

Ministério da Saúde registra 16.409 infecções e 480 mortes nas últimas 24 horas; total de mortos chega a 29,3 mil

31 mai 2020 - 19h49
(atualizado às 20h02)
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O Brasil atingiu neste domingo, 31, a marca de meio milhão de pessoas infectadas pelo coronavírus com os 16.409 novos casos registrados nas últimas 24 horas. São exatamente 514.849 pessoas contaminadas no total. "Mas é preciso ter em mente que esse número é uma subestimação, pois o País tem uma baixa taxa de teste", afirmou o infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Marco Aurélio Safadi.

Um coveiro se prepara para enterrar o corpo de uma pessoa que morreu com a doença de coronavírus (COVID-19), no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro
Um coveiro se prepara para enterrar o corpo de uma pessoa que morreu com a doença de coronavírus (COVID-19), no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

Em números absolutos, o Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de contaminações. Está atrás dos Estados Unidos, que têm 1,7 milhão, e à frente da terceira colocada, a Rússia, que registra 405,8 mil casos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde neste domingo, 480 pessoas tiveram suas mortes registradas nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos para 29.314.

No sábado, o Brasil teve recorde de infecções em um dia. Foram 33.274 novos casos registrados de sexta para sábado. Além disso, o País superou a França em número de mortalidades.

Para Safadi, ainda não é possível dizer se o País atingiu ou não o pico da epidemia. Mas, para ele, é certo que o Brasil se encontra em um platô que se arrasta há tempos por falta de medidas mais assertivas de testagem e distanciamento social. Os próprios políticos, diz ele, se veem fragilizados ao utilizar a retórica de lockdown por falta de apoio popular.

"Agora, o desgaste político é tão grande que não há mais clima para solicitar o lockdown, porque ninguém mais suporta. Eles percebem que não é uma medida popular e acabam se acanhando em fazer aquilo que deveria ter sido feito lá atrás. Nossa população não é como a da Europa. Temos uma população carente muito grande que, em momentos como esse, sofre muito mais. Nossas desigualdades se escancaram em momentos assim."

Números nos Estados

Na véspera de iniciar a reabertura, o Estado de São Paulo, que desde o início é o epicentro da doença, teve 2,5 mil novos casos de contaminação e 83 mortes neste domingo, elevando o total para 109,6 mil e 7,6 mil, respectivamente. Algumas cidades paulistas poderão, a partir desta segunda, 1º, retomar gradualmente a economia.

É possível que haja uma recrudescência dos casos, na opinião do infectologista. "Uma das condições inequívocas para que se faça o relaxamento é que haja um cenário consistente de redução de casos e de mortes. E quando eu falo 'consistente', não são dois ou três dias, que podem ser fruto do feriado ou fim de semana. São pelo menos de 10 a 15 dias de queda de de casos. E os números não estão mostrando isso."

O Estado do Rio de Janeiro registrou 67 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Também foram registrados 968 novos casos da doença em um dia. Com isso, o total de óbitos no Estado do Rio chegou a 5,3 mil. O número total de casos chegou a 53,3 mil.

Estadão
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