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Brasileira descobre câncer associado ao silicone: 'Se tivesse informações talvez não teria colocado’

Mulher conta que o caroço apareceu 9 anos após a colocação dos implantes

4 set 2024 - 14h49
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Atualmente, Janaína está em recuperação e compartilha sua história para alertar outras pessoas
Atualmente, Janaína está em recuperação e compartilha sua história para alertar outras pessoas
Foto: Reprodução/Instagram/@janaaaaaoliveiraa

A vida de Janaína Oliveira, de 39 anos, mudou drasticamente durante um simples banho. Em novembro de 2021, ao sentir um caroço na axila direita, ela procurou ajuda médica, apenas para descobrir que estava lutando contra um linfoma raro, associado ao silicone do implante mamário que havia colocado quase uma década antes.

Em depoimento dado ao g1, Janaína contou que o caroço apareceu nove anos e oito meses após a colocação dos implantes. O diagnóstico inicial foi de linfoma de Hodgkin, uma forma de câncer que se origina no sistema linfático.

Janaína teve que passar por um tratamento intenso que incluiu mais de 30 sessões de quimioterapia, muito além das 12 previstas inicialmente, e um transplante de medula óssea.

A descoberta do vínculo entre o câncer e o silicone só veio depois de uma série de exames. Inicialmente, os testes não mostraram qualquer relação com os implantes; no entanto, um exame mais detalhado revelou que o câncer estava de fato associado às próteses. Com a retirada dos implantes, a doença não voltou.

“Não sei dizer se, na época, se eu soubesse também não colocaria. Porque é um sonho, era muito jovem. Mas eu acho que se tivesse informações talvez eu não teria colocado”, disse.

O processo começou quando Janaína notou um pequeno caroço ao passar o sabonete na axila. Inicialmente, ela ignorou o sintoma, mas a situação se agravou. Após consultar vários especialistas e realizar exames urgentes, ela foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin. Durante o tratamento, enfrentou várias complicações, incluindo o retorno do câncer, que eventualmente levou ao transplante de medula óssea.

O que NÃO falar para uma pessoa com câncer O que NÃO falar para uma pessoa com câncer

“A gente fez mais um pet scan [tomografia] e o câncer não voltou. Então era das próteses realmente, foi comprovado que era das próteses”, afirmou Janaína.

Atualmente, Janaína está em recuperação e compartilha sua história para alertar outras pessoas sobre os riscos e a importância de considerar os possíveis efeitos adversos das próteses. 

“Primeiro pense em você, na sua vida. Não pense que não vai acontecer. A gente sempre acha que não vai acontecer com a gente, mas acontece”, enfatizou.

O que é o linfoma associado à prótese? 

De acordo com a médica dermatopatologista Juliana Elizabeth Jung, e a médica patologista coordenadora do Núcleo de Patologia Mamária do Laboratório Citolab, Melyssa Grignet Ribeiro, o linfoma associado a prótese mamária - BIA-ALCL ou linfoma anaplásico de grandes células (ALCL) associado ao implante mamário (BIA), é uma neoplasia incomum do sistema imunológico.

É um linfoma de células T que pode se desenvolver ao redor de implantes mamários e leva em média 9 anos para ocorrer após a colocação do implante. As médicas contam que dados indicam que as texturas de prótese graus 3 e 4 estão mais relacionadas a esta doença.

O seu diagnóstico precoce leva à cura com cirurgia apenas; o tratamento consiste em retirada do implante e retirada total da cápsula bilateralmente.

O que fazer na suspeita de BIA-ALCL

Na suspeita de BIA-ALCL deve-se coletar material para Anatomia Patológica e para Imunofenotipagem por Citometria de Fluxo através de coleta do líquido por punção guiada por ecografia ou biópsia da massa.

Um volume maior de líquido coletado produz um diagnóstico mais preciso, mas um mínimo de 5 a 10 ml é apropriado para fornecer material suficiente para a preparação de esfregaços citopatológicos. Os testes devem ser realizados antes de qualquer intervenção cirúrgica para não prejudicar o estadiamento.

Fonte: Redação Terra Você
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