Burnout e burnon: As diferenças pra lidar com o estresse crônico
Detectar esses sinais precocemente pode permitir a adoção de medidas preventivas
O termo burnon significa alta performance profissional no ambiente de trabalho com desgaste emocional e físico concomitante, e não é reconhecido pela comunidade médica internacional.
No contexto de um ambiente de trabalho cada vez mais exigente, o termo burnon surge como uma nova perspectiva sobre o estresse ocupacional. Enquanto o burnout, reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma síndrome do esgotamento profissional, é caracterizado pela exaustão e ineficácia, o burnon descreve um estado em que o profissional se mantém altamente engajado no trabalho, mesmo enfrentando desgaste emocional e físico a longo prazo.
O termo, cunhado pelos alemães Timo Schiele e Bert te Wild, descreve um estado constante de fadiga e sofrimento extremos, sem necessariamente levar a um colapso total. Enquanto no burnout há uma percepção da fadiga e das consequências negativas do estresse, no burnon muitas vezes há negação dos problemas e uma visão idealizada do trabalho.
Embora o burnon não seja reconhecido pela comunidade médica internacional, suas características são alarmantes. Profissionais continuam produtivos apesar da exaustão e funcionam no limite, o que pode levar a problemas de saúde física e mental a longo prazo.
Como identificar e lidar com o burnon e o burnout
Ambos estão relacionados ao estresse crônico no trabalho, manifestando-se através de sintomas como exaustão física e mental, desconexão emocional, redução do prazer nas atividades diárias e persistência de sintomas físicos, como dor de cabeça constante e tensão muscular.
Para enfrentar esses desafios, profissionais, empresas e líderes podem adotar estratégias preventivas e de intervenção, tais como:
• Realizar um diagnóstico do estado atual dos colaboradores para identificar sinais precoces de estresse e esgotamento;
• Oferecer suporte psicológico e psiquiátrico subsidiado aos colaboradores;
• Implementar modelos de trabalho flexíveis para ajudar os profissionais a gerenciar melhor as demandas do trabalho e da vida pessoal;
• Promover uma cultura organizacional que valorize a saúde mental e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Além disso, a adoção de práticas de autocuidado é fundamental para proteger a saúde mental no ambiente de trabalho. Isso inclui atividades como exercícios físicos regulares, alimentação saudável, sono adequado, hobbies relaxantes e práticas de mindfulness ou meditação.
Estabelecer limites claros entre trabalho e vida pessoal também é essencial para evitar o esgotamento. Saber dizer "não" e priorizar o equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais ajuda a preservar a saúde mental e a evitar o burnout.
Em última análise, tanto os indivíduos quanto as organizações têm um papel importante na prevenção e no tratamento do estresse crônico no trabalho. Ao adotar estratégias proativas e promover uma cultura de bem-estar, é possível criar ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos para todos os colaboradores.
Incorporar avaliação regular
Avaliar regularmente nosso estado emocional é fundamental para reconhecer sinais de estresse, ansiedade ou depressão. Detectar esses sinais precocemente pode permitir a adoção de medidas preventivas antes que se transformem em questões mais graves.
Buscar assistência profissional
"Procurar ajuda profissional, como sessões de terapia, pode ser um recurso valioso para lidar com desafios emocionais. A terapia oferece um espaço seguro para explorar sentimentos e desenvolver habilidades de autocuidado. Aprender a estabelecer limites e priorizar o próprio bem-estar é uma das muitas lições que a terapia pode ensinar. Se você ainda não experimentou, ou se sente hesitante, considere dar uma chance a essa experiência enriquecedora", diz Madalena Feliciano, consultora executiva de carreira e terapeuta.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.