Canabidiol pode ser usado no tratamento da ansiedade; entenda
O canabidiol é eficaz no tratamento de transtornos como ansiedade e depressão. Neurologista comenta os diferenciais do CBD
O CBD (ou canabidiol, substância derivada da cannabis) já vem sendo utilizado com finalidade terapêutica em contextos diversos. Outros estudos recentes mostram que ele pode aliviar o estresse, angústia e sofrimento. Dessa forma, o composto age diretamente sobre sintomas como dor de cabeça, cansaço mental, insônia, dificuldade de concentração, fadiga e pensamentos perturbadores e recorrentes.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP de Ribeirão Preto) mostrou que 6 em cada 10 pacientes que usam medicamentos à base de cannabidiol têm uma menor incidência de ansiedade. O levantamento também apontou que 50% dos participantes sentiram uma redução dos sintomas de depressão e 25% de burnout. O Journal of the American Medical Association (Jama) publicou a pesquisa em 2021.
Os dados analisados revelaram uma diminuição significativa dos sintomas após 14 e 28 dias de uso do fármaco. Além disso, o estudo também demonstrou que o CBD tem bom potencial para reduzir a exaustão mental e burnout de quem está na linha de frente da pandemia.
Diferenciais do canabidiol
"Os produtos derivados da Cannabis para uso terapêutico na saúde mental estão cada vez mais frequentes e precisam ser levados em consideração. Isso porque cannabis medicinal oferece vantagens como menor risco de efeitos colaterais e maior eficácia que algumas medicações que estão em uso", destaca o Dr. Renato Anghinah, neurologista e professor da USP.
É importante ressaltar que o canabidiol isolado não possui as propriedades psicoativas que são típicas da planta Cannabis sativa. Além disso, a comunidade científica já avaliou o uso medicinal desta substância com resultados positivos em doenças como epilepsia, transtornos de ansiedade, insônia e autismo.
"Assim como qualquer fármaco, o canabidiol deve ser prescrito por um médico. Ele irá monitorar os efeitos colaterais do medicamento e a evolução do tratamento", finaliza o médico.