Câncer causa dor? Médico explica como a doença afeta o paciente
Especialista reforça a importância de combater os casos de dor em pacientes com câncer a fim de preservar a já frágil qualidade de vida
Todos nós sabemos que o câncer causa danos muitas vezes irreversíveis para a integridade física e emocional. Mas será que a dor é uma regra para todos os casos? De acordo com especialistas, a dor afeta cerca de metade dos pacientes com câncer - o que pode variar em frequência e intensidade ao longo da doença e tratamento.
No geral, o câncer pode gerar uma série de sintomas característicos como fadiga, oscilações de peso, inchaços, alterações na pele, entre outros. No entanto, um dos que mais afeta a qualidade de vida dos pacientes é a dor.
A dor é bastante comum em caso de neoplasias malignas e pode causar muito sofrimento e estresse. Nos estágios mais avançados da doença, ela está presente em cerca de 70% dos casos.
O que causa a dor no câncer?
De acordo com o neurocirurgião especializado no tratamento de dores crônicas e relacionadas ao câncer, Dr. Bruno Burjaili, o sintoma pode ser desencadeado por uma série de fatores.
"A dor no câncer acontece porque os tecidos que estão na região afetada são pressionados, irritados, alterados e até invadidos pela doença. Estamos falando de músculos, ossos, vasos, nervos, e outros", explica.
Além disso, conforme o médico, o próprio tratamento pode agredir estes tecidos, e até mesmo regiões distantes da que está acometida, seja através de cirurgias, quimioterapia, radioterapia, e demais elementos que fazem parte do cuidado. "Por isso, a dor do câncer é extremamente variável, exigindo um olhar atento", destaca.
É possível tratar a dor do câncer?
"Não só pode como deve, e sem demora", ressalta Bruno. Ele reforça que já existe um alto grau de sofrimento e luta para quem está passando por isso. Portanto, é preciso usar todos os recursos possíveis para controlar a dor.
"Há medicamentos, terapias associadas, ajuste de hábitos e procedimentos de diversas complexidades ao nosso dispor. Infelizmente, sabemos que são bem menos utilizados do que poderiam, e pessoas têm que lidar com dores com as quais não precisariam se recebessem a atenção, também, da Medicina especializada em Dor", afirma.
"A pessoa com câncer deve saber que, mesmo em se tratando de um quadro grave, a dor não é obrigatória", salienta o Dr. Bruno Burjaili.