Câncer de ator de 'Dawnson's Creek' é o mesmo de Preta Gil e acomete pessoas cada vez mais jovens
Ator de 47 anos declarou que está enfrentando um câncer colorretal, o mesmo diagnosticado pela cantora em 2023; saiba como prevenir
James Van Der Beek, conhecido pelo papel de Dawson Leery na série Dawson's Creek, revelou em entrevista à revista People que está enfrentando o câncer colorretal. Em uma declaração, ele compartilhou que, com o apoio de sua família, tem tomado medidas para tratar o tumor e mantém um otimismo em relação à recuperação.
“Tenho câncer colorretal. Tenho lidado com esse diagnóstico em particular e tomado medidas para resolvê-lo”, afirmou. O ator de 47 anos, tranquilizou fãs e amigos, explicando que se sente bem e que há motivos para acreditar na eficácia do tratamento.
No Brasil, o tema também foi compartilhado por outra figura pública: a cantora Preta Gil, de 50 anos. Em janeiro de 2023, Preta usou seu Instagram para informar o diagnóstico de adenocarcinoma na porção final do intestino.
A doença, que inicialmente estava associada a uma faixa etária mais avançada, tem crescido em prevalência entre pessoas mais jovens, o que tem preocupado especialistas.
Estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos indicam que a incidência da doença em pessoas com menos de 50 anos tem aumentado consideravelmente. De acordo com a American Cancer Association, em 2023, 13% dos casos diagnosticados no país ocorrerão em indivíduos abaixo dessa idade. Esse aumento representa 9% de crescimento em poucos anos.
No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostraram que, entre 2011 e 2016, houve uma alta de 35% de diagnósticos de câncer colorretal em pessoas jovens. Essa realidade se soma ao fato de que o câncer colorretal já é o quarto mais comum no país, com mais de 45 mil novos casos estimados por ano.
Especialistas alertam que a detecção precoce é fundamental para um bom prognóstico, e isso pode ser feito por meio de exames como a colonoscopia, especialmente em casos de histórico familiar ou sintomas preocupantes.
Diagnóstico e prevenção
Para Renata D'Alpino, oncologista do Grupo Oncoclínicas, o rastreamento precoce é essencial na prevenção e no tratamento do câncer colorretal. Em casos de histórico familiar ou de sintomas, no entanto, o rastreamento pode ser indicado antes.
“Após os 50 anos, a chance de apresentar pólipos, que são alterações benignas que podem evoluir para o câncer, aumenta consideravelmente. Por isso, é recomendado iniciar o rastreio nessa faixa etária para pessoas de risco baixo”, explica a médica.
O exame de colonoscopia é a principal forma de identificação de pólipos e tumores iniciais. Nele, um dispositivo com uma câmera é inserido no intestino, permitindo a visualização direta da parede intestinal e a remoção de pólipos, se necessário. O exame também pode detectar doenças inflamatórias, como Crohn e retocolite ulcerativa, que são condições silenciosas e que podem aumentar o risco de câncer colorretal.
Tratamento
O tratamento para o câncer colorretal varia de acordo com o estágio da doença, podendo ser dividido entre abordagens locais e sistêmicas. No caso dos tratamentos locais, como cirurgia e radioterapia, o foco é remover ou reduzir o tumor primário, enquanto os tratamentos sistêmicos, como quimioterapia e imunoterapia, atuam de forma mais ampla, alcançando possíveis metástases.
Além do rastreamento, hábitos de vida saudáveis são fatores essenciais para a prevenção da doença. “Uma dieta rica em fibras, aliada à prática regular de atividades físicas, pode reduzir consideravelmente o risco de câncer colorretal e de outras doenças crônicas”, destaca a médica. Estudos mostram que o consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e cereais integrais, está associado a uma redução no risco de câncer colorretal.