Câncer de mama: congelamento de óvulos preserva a fertilidade
Tratamento que preserva a fertilidade é esperança para mulheres que sonham com a maternidade no futuro Atualmente, o câncer de mama afeta cerca de 66 mil mulheres por ano no Brasil, sendo a neoplasia mais comum entre o público feminino. Para as mulheres em idade reprodutiva que enfrentam essa batalha, o congelamento de óvulos surge […]
Tratamento que preserva a fertilidade é esperança para mulheres que sonham com a maternidade no futuro
Atualmente, o câncer de mama afeta cerca de 66 mil mulheres por ano no Brasil, sendo a neoplasia mais comum entre o público feminino. Para as mulheres em idade reprodutiva que enfrentam essa batalha, o congelamento de óvulos surge como uma solução promissora para preservar a fertilidade.
Isso porque, tratamentos desse tipo podem ser realizados em apenas duas semanas, sem atrasar o início do tratamento oncológico.
Congelamento de óvulos e fertilidade
Essa técnica oferece esperança para que essas mulheres possam, no futuro, realizar o sonho da maternidade após a recuperação.
Paula Beatriz Fettback, ginecologista especialista em Reprodução Humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), enfatiza: "Quem faz tratamento de câncer de mama pode engravidar. Mas para isso, é fundamental que isso esteja alinhado com a equipe de mastologia e oncologia."
Câncer de mama em jovens
Para mulheres jovens cuja reserva ovariana não foi comprometida pela quimioterapia, é possível tentar engravidar espontaneamente. Entretanto, caso já tenham congelado óvulos ou embriões, a reprodução assistida é uma opção após o tratamento.
Os efeitos da quimioterapia sobre a fertilidade variam conforme os medicamentos utilizados.
"Com o avanço das novas drogas e imunoterapia, certamente os efeitos colaterais têm sido reduzidos, explica Dra. Fettback. No entanto, alguns tratamentos podem induzir uma menopausa precoce, temporária ou permanente, e bloquear a ovulação."
Graziela Canheo, ginecologista e obstetra da La Vita Clinic, explica como a quimio age no corpo da mulher. "A quimioterapia não só age nas células cancerígenas, mas também nos folículos ovarianos. Com isso, pode cauar danos que podem resultar na diminuição da reserva ovariana, dependendo do tipo e dose do quimioterápico."
Alternativas para preservação da fertilidade
Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em Reprodução Humana e Diretor Clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado), destaca que mulheres em tratamento de câncer de mama têm várias alternativas para preservar a fertilidade.
"Essas opções incluem o congelamento de óvulos, embriões e tecidos ovarianos, além do uso de análogos do GnRH, que visam proteger os ovários da ação dos quimioterápicos", informa.
Dra. Canheo acrescenta que o congelamento de óvulos é a alternativa mais efetiva, mas que o congelamento de tecido ovariano e o bloqueio ovariano também são opções válidas, especialmente para meninas pré-púberes.
Do tratamento de câncer de mama à gravidez
O tempo recomendado para esperar antes de tentar engravidar varia conforme o tipo e estadiamento do câncer, além da idade da mulher e outras condições associadas.
"A recomendação é que as mulheres esperem pelo menos 2 anos após o término do tratamento para começar a tentar engravidar, mas isso deve ser discutido caso a caso", afirma Canheo.
A gravidez durante o tratamento do câncer de mama
Embora raras, as gravidezes durante o tratamento de câncer de mama são possíveis. A Dra. Fettback compartilha, por exemplo, uma experiência com uma paciente que enfrentou o câncer na gestação.
"Descobrimos a doença no início da gravidez, e após um acompanhamento cuidadoso, conseguimos levar a gestação até 34 semanas. Hoje, essa criança é saudável, e tem 9 anos."
O congelamento de óvulos é uma ferramenta essencial, pois oferece esperança às mulheres que enfrentam o câncer de mama, permitindo que elas preservem a fertilidade e mantenham vivos seus sonhos de maternidade.