Cariúcha tirou mioma maior do que o próprio útero; como isso acontece e quais os sintomas?

Cariúcha, 33, precisou passar por uma cirurgia para a retirada de 17 miomas no útero na última sexta-feira, 21. A apresentadora do SBT foi internada com urgência após apresentar sangramento intenso. A previsão de alta do hospital é na terça-feira, 25.

A médica ginecologista Silva Haick revelou que um dos miomas da apresentadora era maior que o útero dela, mas que a equipe médica conseguiu preservar o órgão. A informação foi publicada pelo Observatório da TV.

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De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 50% das mulheres em idade fértil terão miomas em alguma fase da vida. O grande problema é que o mioma pode não ser notado durante um período, fazendo com que ele cresça e gere complicações. 

Terceira causa de afastamentos

Em 2023, mais de 2,5 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho por razões de saúde, conforme dados do Ministério da Previdência Social. O mioma uterino foi a terceira principal causa, ficando atrás apenas de hérnia de disco e dor na lombar.

O ginecologista e obstetra Marcos Tcherniakovsky explica que esse tumor é mais comum do que se imagina. Também conhecido como fibroma ou leiomioma, o mioma uterino é um tipo de tumor benigno que se forma no tecido muscular do órgão. 

O problema acomete 80% das mulheres em idade fértil, entretanto, não são todas que desenvolvem complicações como, por exemplo, dores importantes, sangramento uterino anormal ou infertilidade.

Sintomas

Os sintomas podem variar dependendo do tamanho, número e localização dos miomas.  Algumas mulheres com miomas uterinos podem não apresentar sintomas, especialmente se os miomas forem pequenos. Alguns dos mais comuns são:

• Menstruações muito intensas (menorragia);
• Sangramento entre os períodos menstruais;
• Dor pélvica constante ou intermitente;
• Dor nas costas ou nas pernas, devido à pressão dos miomas nos nervos;
• Necessidade frequente de urinar;
• Dificuldade em esvaziar a bexiga completamente;
• Constipação;
• Desconforto ou dor durante o ato sexual;
• Dificuldade para engravidar;
• Anemia, devido à perda excessiva de sangue menstrual;
• Fadiga, que pode estar relacionada à anemia.

Tumores benignos

De acordo com o especialista, mesmo havendo sintomas, nem sempre é necessária a intervenção cirúrgica. Isto porque, além dos medicamentos usados para controlar o tamanho e os desconfortos dos sintomas, hoje é possível contar com métodos não invasivos ou minimamente invasivos para o tratamento.

No entanto, o problema, se não for tratado adequadamente, pode comprometer o funcionamento dos órgãos como intestino e bexiga, principalmente quando atinge grandes proporções. 

“Mas, quando falamos sobre miomas uterinos, estamos falando de um tipo de tumor benigno, que não apresenta nenhum risco cientificamente comprovado de avançar para um estado de câncer”, diz o profissional.

Os miomas também podem atrapalhar a fertilidade, dependendo da localização, que pode ocorrer fora do útero (subserosos), no meio da parede uterina (intramurais) e dentro da cavidade uterina (submucosos). 

“O mioma submucoso é o que mais diminui as chances de engravidar, por estar justamente no local onde o embrião irá ocupar, portanto recomenda-se retirá-lo antes de um possível tratamento, caso seja necessário, como em casos de uma história de infertilidade. Os demais, se não forem grandes, podem ser acompanhados em exames periódicos”, explica o ginecologista.

Quanto ao mito de que a chegada da menopausa “acaba com os miomas”, o médico conta que os hormônios progesterona e estrogênio influenciam no desenvolvimento desse tipo de tumor benigno. Assim, na fase da menopausa, como a produção desses hormônios acaba, os miomas também tendem a diminuir, mas nunca sumir.